Vamos respeitar a idiotia do povo


Democrata que sou, só me resta aceitar e respeitar o resultado das urnas.

É óbvio que queria que ele fosse diferente, mas a maioria do povo brasileiro não pensa como eu.

Mas o povo está sendo manipulado pelos meios de comunicação há anos, argumentam vários estudiosos da sociedade, os chamados cientistas sociais, para explicar essa guinada à direita do país.

Bem, penso, isso até que é verdade. 

A Globo é a grande formadora da opinião pública.


Você vai ao restaurante e tem de comer com a TV ligada na Globo; vai ao dentista, cedinho, e lá está a Ana Maria Braga com aquela voz de total desânimo "ensinando" como se faz uma gororoba qualquer; vai ao médico, ao pronto socorro, com dor, e lá está a Globo repetindo uma de suas horrorosas novelas.

A Globo é o Brasil.

Mas esse povo vê a Globo, segue a moda que a Globo impõe, vibra com os "artistas" da Globo, chora a morte dos atores da Globo, acredita nas notícias da Globo, porque quer.

Ninguém o obriga a isso.

E o mesmo acontece na hora de votar.

O sujeito vota no candidato corrupto até a alma porque quer.

Ninguém o obriga a isso.

Mas ele não sabe que aquele sujeito é um ladrão, argumentam vários desses "cientistas sociais".

O eleitor é manipulado, dizem.

Em outras palavras, para esses sabichões, o povo não passa de idiota.

Talvez estejam mesmo certos.

O fato é que em nosso sistema eleitoral o voto do idiota vale tanto quanto o voto do gênio.

E a única maneira de impedir que os idiotas elejam a escória política é transformá-los em pessoas normais, que fazem uso da razão, que têm noções básicas da lógica, que sabem que hoje em dia toda a informação do mundo está ao seu alcance num smartphone que custa R$ 400 e pode ser comprado - ainda - em dez ou mais prestações.

Mas não será num passe de mágica que os idiotas deixarão de ser idiotas.

Para que isso ocorra será preciso percorrer um longo e sinuoso caminho, um trabalho para várias gerações.

Esse caminho chama-se Educação, mas não essa que os idiotas pregam, e sim aquela que faz do homem alguém que, se não chega a entender completamente o seu papel no mundo, sabe, ao menos, que sua presença nele é importante para que ele seja um lugar melhor para todos. (Carlos Motta)

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