Por iniciativa própria, seis músicos - três cantores e três instrumentistas - se uniram para buscar um novo caminho possível frente às dificuldades criadas pela pandemia do covid-19: fazer uma montagem completamente remota de uma ópera inédita, cantada em português, com linguagem musical comunicativa e relacionada ao momento atual.
Assim nasceu “A Peste”, opereta com música e libreto de Cyro Delvizio, um dos mais destacados violonistas, compositores e pesquisadores de sua geração, composta durante a pandemia e sobre um tema a ela relacionado.
A obra é, provavelmente, a primeira com tais características, revelando-se um registro musical singular do momento pelo qual passa o Brasil e o mundo.
Com curta duração (cerca de 30 minutos) e poucos participantes - três cantores, três instrumentistas e equipe de produção -, a primeira parte da opereta já está disponível no YouTube (https://youtu.be/0Gk3CCFwdFQ).
Trata-se de um vídeo com tela dividida, gravado por cada músico em sua própria residência.
Além do próprio Cyro Delvizio no violão, participam da montagem a soprano Manuelai Camargo, o tenor Guilherme Moreira, Leonardo Thieze como narrador e baixo (voz), o flautista Lincoln Sena e o violoncelista Paulo Santoro.
Os músicos estão em campanha de financiamento coletivo para lançarem, em outubro, a segunda parte (www.kickante.com.br/campanhas/peste-uma-opereta-line-sobre-pandemia).
A narrativa traça paralelos com o momento atual da humanidade, porém está ambientada na Síria. Um príncipe está retornando a Damasco depois de uma viagem diplomática, cantando sobre sua futura glória quando for coroado sultão. Porém, logo enfrentará um grande dilema: depois de dar carona a uma velha senhora, ele descobre que ela é a peste em pessoa justamente quando chegam aos portões de Damasco. A partir daí, o príncipe se vê dividido entre seu instinto de autoproteção e seu sonho de ser o futuro sultão, refletindo também sobre sua consideração por seu povo e sua cidade.
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