Cisne Negro celebra 40 anos com balé em homenagem à sua fundadora


Neste sábado (24), às 21 horas, e domingo (25), às 18 horas, a Cisne Negro Cia de Dança traz ao Teatro Paulo Autran, do Sesc Pinheiros, o espetáculo H.U.L.D.A . As apresentações têm ingressos entre R$ 12 (credencial plena do Sesc) e R$ 40 (inteira).

A montagem, que estreou em 2017, tem coreografia de Dany Bittencourt (coreógrafa e uma das diretoras artísticas do grupo) e Rui Moreira (ex-Cisne Negro e Grupo Corpo), concebida a partir do roteiro de Jorge Takla (que também assina a direção geral), em celebração à trajetória da companhia nestes 40 anos de existência e à fundadora (e segunda diretora-artística) Hulda Bittencourt, bailarina e coreógrafa. A apresentação conta também com a participação da bailarina Ana Botafogo.

A narrativa de H.U.L.D.A é inspirada em relatos da trajetória da criadora da Cisne Negro e seus principais  bailarinos. Como aponta o diretor Jorge Takla, trata-se de um espetáculo sobre “a alma da Cisne Negro, que é a dona Hulda e tudo que ela representa para a companhia em si e para a história da dança brasileira”.

Como Hulda foi pupila de Maria Olenewa, bailarina russa que inaugurou as primeiras turmas profissionalizadas de balé clássico no Brasil, seu nome logo se tornou referência na área. Dessa forma, em 1977, passou a receber em sua escola de dança vários estudantes de Educação Física da USP. Sem nunca ter trabalhado como professora de homens antes, a bailarina aceitou a empreitada. A partir daí, começou a longeva trajetória da Cisne Negro Cia de Dança.

Com título tirado das letras do nome de Hulda Bittencourt, o espetáculo H.U.L.D.A é formatado em cinco blocos: H representa horizonte. Neste quadro, Jorge Takla explora a luta e a perseverança de Hulda em prol de realizar seus sonhos. U, de união, retrata a realização de Hulda ao criar a academia de dança Cisne Negro e as parcerias que garantiram o sucesso da instituição, como a do marido Edmundo Bittencourt e de suas filhas, Dany e Giselle. L materializa a liberdade que Hulda se permitiu para conduzir a companhia, inaugurada com muitos homens e com escolhas ecléticas de repertório. D de dança é a pluralidade da Cisne Negro, que não favorece apenas um estilo, mas as diversas manifestações de dança que existem. O encerramento se dá com o A que simboliza o amor e devoção de Hulda pela arte.

Para celebrar as quatro décadas, o Cisne Negro trouxe para perto de si profissionais relevantes no cenário da dança brasileira, com forte identidade com o grupo. Além de Dany Bittencourt, Rui Moreira e  Jorge Takla, completam a concepção do espetáculo o músico André Mehmari, o figurinista Fábio Namatame, e o cenógrafo Nicolàs Boni.

Considerada uma das melhores companhias contemporâneas do país, a Cisne Negro Cia de Dança acredita que a cultura é uma ferramenta de transformação social, alimento de esperança e sonhos de muitas pessoas, portanto, dentro do seu repertório possui obras socioeducativas, como: “Vem Dançar” – a história da dança através dos tempos”, “Don Quixote e Sancho Pança, Viajando pela Dança”, uma viagem pelas danças tradicionais brasileiras, sob uma ótica contemporânea e “Baobá” obra baseada na história de "O Pequeno Príncipe", uma discussão entre o Pequeno Príncipe e um Príncipe afro-brasileiro sobre a sustentabilidade do planeta. Os trabalhos da companhia se inserem dentro do panorama contemporâneo da dança ocidental, e consequentemente, desde o início, trabalha com coreógrafos inovadores.

Seus trabalhos já foram apresentados nas principais cidades do Brasil e também na África do Sul, Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, China, Colômbia, Cuba, Escócia, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Moçambique, Paraguai, Tailândia, Uruguai, China e Romênia, o grupo exibiu-se como um modelo de trabalho dentro da dança brasileira, um trabalho construído com profissionalismo e paixão.

Com uma visão eclética, participa de eventos diversificados: Em 2016 fez parte da turnê internacional do tenor italiano Andréa Bocelli, nas cidades de São Paulo e Curitiba, com coreografia de Dany Bittencourt e participação de bailarinos da Cisne Negro cia. de Dança.


Hulda Bittencourt iniciou seus estudos com Maria Olenewa, pioneira do balé clássico no Brasil, especializando em dança clássica, contemporânea e folclórica, com renomados mestres nacionais e internacionais, em países como Inglaterra e França e em vários métodos de ensino, entre eles, o da Royal Academy of Dancing.

Dançou em vários grupos, incluindo o Ballet de Cultura Artística. Participou também de óperas, operetas, musicais, tendo trabalhado por muitos anos na Organização Victor Costa (TV).  Entre os seus inúmeros trabalhos coreográficos destaca-se “O Quebra-Nozes, que recebeu em 1984 da APCA o prêmio de melhor espetáculo e melhor coreografia do ano.
Em 1977 fundou a Cisne Negro Cia. de Dança, onde é diretora-artística, apresentando seu trabalho por todo o Brasil e internacionalmente, com o reconhecimento da crítica e do público, o que os consagrou como um dos melhores grupos de dança do país. A companhia tem em seu currículo diversos prêmios outorgados por vários seus trabalhos nesses 40 anos de existência.


Tem recebido inúmeros prêmios não só através da Companhia, como também por seus méritos pessoais e serviços de relevância prestados à dança e à arte brasileira.


Equipe de criação

Jorge Takla – Direção Geral e Roteiro
Formado na Ecole des Beaux-Arts (Paris)e no Conservatoire d´Art Dramatique  (Paris) atuou e dirigiu no teatro La Mama em New York de 1974 a 1976. No Brasil, Jorge Takla dirigiu e produziu mais de 100 espetáculos (entre Teatro, Musicais e Óperas). Entre eles, My Fair Lady, Vermelho, Jesus Cristo Superstar, Evita, O Rei e Eu, West Side Story, Mademoiselle Chanel, Vitor ou Vitória, Últimas Luas, Medéa, Electra, A Gaivota, O Jardim das Cerejeiras, Cabaret, Pequenos Burgueses, Madame Blavatsky, Lembranças da China, Fedra 1980 e dezenas de outras peças. Em Ópera, dirigiu Don Quichotte, The Rake’s Progress, Candide, A Viúva Alegre, La Traviata, La Boheme, Madama Butterfly, Il Tabarro, As Bodas de Fígaro, Cavalleria Rusticana, I Pagliacci, Os Contos de Hoffmann e outras obras. Foi Diretor da Divisão de Teatro da CIE-Brasil de 2002 a 2004 com as produções de A Bela e a Fera, Chicago, A Flor de Meu Bem Querer, Suburbano Coração, Marília Canta Ary e outras. Jorge Takla esteve à frente do Teatro Procópio Ferreira de 1983 a 1992 e é Grande Oficial da Ordem do Ipiranga e detentor do Titulo de Cidadão Paulistano.


André Mehmari – Música
Pianista, arranjador e compositor, nasceu na cidade de Niterói-RJ em 1977. Considerado pela crítica “um artista singular de imaginação vibrante e generosa”, Mehmari teve seus primeiros contatos com a música através de sua mãe já em Ribeirão Preto-SP.  Mudou-se para São Paulo em 1995, com seu ingresso no curso de piano da ECA-USP. Compositor prolífico e requisitado, apontado como um dos mais originais e completos músicos brasileiros de sua geração e premiado tanto na área erudita quanto popular, teve suas composições e arranjos tocados por muitos grupos orquestrais e de câmara, entre eles OSESP, OSB, Banda Sinfônica do Estado (para com a qual atuou como compositor residente no ano de 2007), Quarteto da Cidade de São Paulo e Quinteto Villa-Lobos. Além de manter uma ativa carreira internacional de solista, criou duos expressivos com músicos como António Meneses, Mário Laginha, Gabriele Mirabassi, Antonio Loureiro, Danilo Brito, Hamilton de Holanda, Ná Ozzetti , Maria Bethânia e Mônica Salmaso.


Dany Bittencourt - Coreografia
Dany Bittencourt professora e coreógrafa, formada pela Royal Academy of Dancing of London, ARAD, atualmente diretora artística da Cisne Negro Cia. de Dança e do Estúdio de Ballet Cisne Negro. A artista coreografou espetáculos icônicos na Cisne Negro, como Baobá, inspirado no livro O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry), Forrolins,  Atmosferas, Don Quixote e Sancho Pança Viajando pela Dança, Vem Dançar, Em Caso de.., ABACADÁ e Anéis. Como coreógrafa convidada trabalhou para o Ballet Nacional do Chile, Balé da Cidade de Taubaté e para a Ópera Don Giovanni. Em 2016 coreografou para a turnê internacional do tenor italiano Andréa Bocelli, nas cidades de São Paulo e Curitiba, com participação de bailarinos da Cisne Negro Cia. de Dança.


Rui Moreira - Coreografia
Nascido em São Paulo (SP), está radicado em Belo Horizonte (MG) desde 1984.  Artista da dança, sua carreira teve inicio no final dos anos 1970 e está fortemente marcada por sua participação no Grupo Corpo (MG) e nas companhias Cisne Negro (SP), Balé da Cidade de São Paulo, Cie. Azanie (França/Lyon), Cia. SeráQuê? (MG), e atualmente na Rui Moreira Cia. de Danças (MG). Dedica-se a desenvolver criações coreográficas a partir de pesquisas e fusões entre linguagens cênicas promovendo interações com as matrizes culturais brasileiras. Construindo seu repertório como coreógrafo e como intérprete criador, interage com atores, músicos, bailarinos, dançarinos populares, de dança de rua, poetas, vídeo-makers, Dj’s, materializando uma linguagem gestual própria e contemporânea.
A formação artística de Rui Moreira mescla danças acadêmicas (a dança clássica e a dança moderna), com vivencias em manifestações populares patrimoniais. Cria espetáculos para elencos diversos e também assina a direção de movimento e coreografias em companhias de dança e de teatro.  No decorrer de sua trajetória vem coordenando trabalhos em importantes coletivos artísticos nacionais e internacionais.


Nicolas Boni – Cenário
Trabalha como cenógrafo em diversos teatros da América Latina, Estados Unidos e Europa. Entre os principais títulos estão as zarzuelas La Verbena de la Paloma, La Gran Vía,  Las nuevas armas de amor, Iphigenia en Tracia, La Villana e as óperas O barbeiro de Sevilha, Cavalleria Rusticana, Madame Butterfly, I Pagliacci, La voz humana, Carmen, os Contos de Hoffmann, Don Giovanni, La Rondine,  Lucia de Lammermoor, As Bodas de Figaro, entre outras. No ano de 2014 foi o cenógrafo de Salomé de R. Strauss no Theatro Municipal de São Paulo e das Bodas de Fígaro no Teatro São Pedro. Em 2015 estreou as óperas Um Homem Só de Camargo Guarnieri, Ainadamar de Osvaldo Golijov no Theatro Municipal de São Paulo, Werther de J. Massenet para a Ópera de Colombia e I due Foscari de G. Verdi para o Teatro Municipal de Santiago do Chile. No ano de 2016 estreou em São Paulo e Rio de Janeiro Don Quixote de Jules Massenet com direção de Jorge Takla e o musical My Fair Lady com o mesmo diretor, também estreou Elektra no Theatro Municipal de São Paulo onde foi diretor técnico.


Fábio Namatame – Figurinos
Um dos mais renomados cenógrafos e figurinistas da área artística, Fábio Namatame formou-se um Publicidade e Artes Plásticas em 1981 pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado). Ao fazer um curso de expressão corporal e depois de estudar com a atriz Denise Stoklos, começa a atuar em espetáculos de mímica para os quais ele mesmo criava figurinos e a maquiagem. A partir daí realiza trabalhos de direção de arte, cenário e figurino para os mais importantes espetáculos de teatro, ópera, publicidade, cinema e TV. Tem sido um parceiro assíduo da CISNE NEGRO CIA. DE DANÇA assinando figurinos de várias obras do seu repertório. Ganhador de inúmeros prêmios pela excelência de seu trabalho no cenário artístico brasileiro, entre eles; SHELL de Teatro, APETESP, APCA, Mambembe, Cultura Inglesa de Teatro, SESC de Teatro - São Paulo, Paulínia de Cinema, Carlos Gomes de Ópera, SESC de Dança – Belo Horizonte, Usiminas SINPARC.


Serviço

H.U.L.D.A
Dias 24 e 25 de fevereiro de 2018. Sábado, às 21h e domingo, às 18h
Local: Teatro Paulo Autran– 1.010 lugares
Ingressos: R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência); R$ 12,00 (credencial plena do Sesc: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Ingressos online em www.sescsp.org.br e nas bilheterias das unidades do SescSP. Venda limitada a quatro ingressos por pessoa.
Livre para todos os públicos

SESC PINHEIROS
Endereço: Rua Paes Leme, 195.
Bilheteria: Terça a sábado das 10h às 21h. Domingos e feriados das 10h às 18h.
Tel.: 11 3095.9400.

Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado, das 10h às 21h30; domingo e feriado, das 10h às 18h30. Taxas / veículos e motos: Credenciados plenos no Sesc: R$ 12 nas três primeiras horas e R$ 2 a cada hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 18,00 nas três primeiras horas e R$ 3 a cada hora adicional. Para atividades no Teatro Paulo Autran, preço único: R$ 12 (credencial plena do Sesc) e R$ 18 (não credenciados).
Transporte Público: Metrô Faria Lima – 500 metros / Estação Pinheiros – 800 metros

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