No Brasil, o jazz atemporal de Kenny Garrett


O saxofonista americano Kenny Garret virá, com seu quinteto, este mês para o Brasil, para fazer dois shows, em São Paulo, no Teatro Bradesco, no dia 28, e em Porto Alegre, no Teatro do Bourbon Country. 

Mais do que qualquer outro artista no jazz tradicional atual, Garrett, também compositor e arranjador, é conhecido por empolgar e embalar o público por onde passa.


No show, intitulado "Do Your Dance!", Garrett faz uma viagem desde o ritmo melódico de "Calypso Chant", passando por "Bossa", canção inspirada no Brasil, e "Philly", criada a partir de um festival de rua na Universidade de Temple. 

"Eu observo e vejo as pessoas esperando as músicas em que eles podem se divertir e se expressar. Esse álbum foi inspirado nisso. É um convite às pessoas a mexerem os pés", diz ele, nove vezes vencedor do prêmio de Melhor Saxofonista Alto da "DownBeat's Reader's".

Segundo a crítica, por meio da sua performance dramática e repleta de sentimento, Kenny prova que apesar de ter sido criado há quase um século, o jazz permanece atemporal e um dos ritmos mais contagiantes do universo musical.

Entre os diversos prêmios recebidos, o músico chama a atenção ao título concedido pela Berklee College of Music de Doutor Honoris Causa por sua contribuição ao Jazz, em 2011, ainda que não tenha frequentado a universidade. 

Garrett nasceu em Detroit e recebeu as primeiras lições de música de seu pai, um carpinteiro apaixonado pelo sax tenor e pelo jazz. Ele se profissionalizou como saxofonista aos 18 anos, logo que terminou o curso secundário. Tinha acabava de ser aprovado para frequentar a prestigiosa Berklee College of Music. Só que, na mesma época, foi convidado para integrar-se à orquestra de Duke Ellington, então dirigida pelo filho Mercer Ellington. Escolheu a segunda opção e diz que nunca se arrependeu.

Sua formação foi completada tocando nos grupos liderados por Dizzy Gillespie, Woody Shaw, Art Blakey e Freddie Hubbard. Em 1986, Miles Davis precisava de um sax alto para sua nova banda e o convidou para integrá-la.

Kenny Garrett participou do grupo de Davis até seu final, com a morte do líder, em 1991. 
A experimentação, unida à tradição, lhe rendeu a indicação para o Grammy de melhor álbum instrumental de 2013, com o cd "Pushing the World Way". Mas Garrett já havia ganho o Grammy nessa categoria em 2010, com o álbum "Five Peace Band". E foi indicado, também, em 2012 por "Seeds from the Underground".

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