Nem o Conselheiro Acácio discursaria melhor


A nova procuradora-geral da República disse, em seu discurso de posse, que o povo brasileiro "não tolera a corrupção".

Disse ainda que é dever do Ministério Público defender a Justiça e garantir que ninguém esteja acima da lei, mas que também ninguém esteja abaixo da lei.

E mais: que o devido processo legal é um direito de todos os cidadãos e que a harmonia entre os Poderes é requisito para a estabilidade do Brasil. 

“O país passa por um momento de depuração. Os órgãos do sistema de administração de Justiça têm no respeito e harmonia entre as instituições a pedra angular que equilibra a relação necessária para se fazer justiça em cada caso concreto”, afirmou.

Já o Dr. Mesóclise, líder da quadrilha que tomou de assalto o Palácio do Planalto, afirmou, na mesma solenidade, que a autoridade suprema não está nas autoridades constituídas, mas na lei, e que toda vez que se ultrapassa os limites da Constituição há um abuso de autoridade. 

Também falou sobre a importância da harmonia entre os poderes, ao comentar o discurso da procuradora empossada. “Não é sem razão que a ouvi dizer, solenemente, da necessidade da harmonia entre os poderes e nesse capítulo entra o Ministério Público”. 

E completou: “As características do Ministério Público são as mesmas dos demais poderes de Estado."

Impressionante.

Se juntarmos os dois, não dá meio Conselheiro Acácio, mestre da obviedade, imortal e genial criação de Eça de Queiroz.

O Brasil Novo, com o exemplo dado por autoridades, continua a sua caminhada desenfreada rumo ao precipício. (Carlos Motta)


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