O fascismo vai bem, obrigado


Um entre quatro eleitores brasileiros pretendem votar num fascista para a Presidência da República no ano que vem, dizem as pesquisas.

Para esses eleitores não tem a menor importância não se saber, até agora, o que pensa esse candidato sobre questões prioritárias para o futuro da nação, como o que fazer com a Previdência Social, ou sobre o funcionamento do SUS e da saúde pública em geral, onde arranjar dinheiro para a educação e programas sociais - se eles forem mantidos -, como ficará a concessão de crédito via bancos oficiais, se haverá reformas política e tributária, o que fará para deter o desemprego, onde arranjará dinheiro para investir em infraestrutura - é tanto por fazer que a lista parece interminável.

Os apoiadores do fascista têm outras preocupações, se é que têm alguma preocupação. 

Pelo que se deduz de suas manifestações em redes sociais da internet, o candidato fascista representa o suprassumo do combate ao "comunismo" e suas variantes.

E, como para essas pessoas, quase todos os problemas do Brasil se resumem à presença dos "petralhas" na vida nacional, nadas mais lógico que apoiar quem vomita mais ódio contra eles - o prefeito paulistano tem tentado assumir o protagonismo nesse esporte, mas por enquanto ainda é medalha de prata.

Outro apelo irresistível para esses adoradores do fascista é o seu discurso primário de que "bandido bom é bandido morto", repetido à exaustão pelos mais nefandos "comunicadores" da televisão e do rádio. 

Para tais indivíduos, nada melhor para os homens de bem do que a polícia sair matando todos os que sejam culpados de serem pobres ou pretos ou putas - ou petistas.

O candidato fascista também é cultuado porque, conforme declarou muitas vezes, odeia homossexuais, feministas, quilombolas, imigrantes, todas as minorias, enfim, que qualquer Estado democrático tem obrigação de proteger.

A caminhada do fascista rumo ao Palácio do Planalto, antes vista como uma missão impossível, já preocupa muita gente.

Principalmente porque é quase certa a interdição da candidatura do ex-presidente Lula, por enquanto, segundo as pesquisas eleitorais, o único nome capaz de derrotá-lo.

Um presidente de extrema-direita, semialfabetizado, sem nenhuma experiência administrativa, movido ao ódio e preconceito, que ignora praticamente todos os grandes temas contemporâneos, seria um desastre absoluto para o Brasil.

Mas não seria uma novidade: durante duas décadas o país esteve sob o jugo de militares que pensavam de maneira muito parecida com o fascista de agora. 

E, de certa forma, mesmo hoje, com os militares recolhidos às suas funções constitucionais, o que existe não são instituições quase inteiramente dominadas pela mais conservadora e reacionária ideologia, que agem apenas por interesses próprios e não admitem nenhuma tentativa de se democratizar, ou, ao menos de mostrar alguma transparência?

O fascista, pensando bem, não representa nada de novo.

O fascismo sempre se deu bem no Brasil, esta é uma terra na qual a sua semente sempre germinou plenamente. (Carlos Motta)

Comentários

  1. Fascista detestar gay é conversa pra boi dormir. Fascismo é um eufemismo pra designar, viado-ladrão-psicosociopata.

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  2. "Um presidente de extrema-direita, semialfabetizado, sem nenhuma experiência administrativa, movido ao ódio e preconceito, que ignora praticamente todos os grandes temas contemporâneos, seria um desastre absoluto para o Brasil."


    Mas já tivemos um presidente de extrema-esquerda, semialfabetizado, sem nenhuma experiência administrativa, movido ao ódio e preconceito, que ignora praticamente todos os grandes temas contemporâneos, e que segundo a esquerda brasileira não foi um desastre absoluto para o Brasil. Ah, ele também é réu em seis processos.

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  3. Assim não dá Motta. Vou voltar pro meu sertão!!!!

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