A eterna farra dos nossos parlamentares


O jornalista Luiz Gonzaga do Monte Carmelo, amigo de muitos anos, faz o seguinte comentário para uma publicação, no Facebook, de Claudia Wallin sobre a diferença abissal entre os apartamentos funcionais utilizados pelos parlamentares brasileiros e suecos: "Nossos deputados deveriam morar nos prédios do Minha Casa, Minha Vida."

Gonzaga, que escreve uma coluna para lá de interessante no jornal ABCD Maior, intitulada Os Outros Lados da História, que mostra as lutas sociais muitas vezes esquecidas pela historiografia oficial, está mais do que certo.

Mas vou além.

Nossos vereadores, deputados e senadores vivem num luxo, numa mordomia que não condiz, absolutamente, com o trabalho que desempenham - no caso deles, que deveriam desempenhar.


A maioria quase total dos parlamentares brasileiros não passaria numa prova para alunos do Ensino Médio. Muitos, nem do Fundamental.

Fora a ignorância, há o problema, maior, da ética, ou falta dela.

Ou eles defendem, desavergonhadamente, interesses corporativos - vide as bancadas do boi, da bala, da bola, dos evangélicos... -, ou se rendem aos mais variados lobbies, para ficar nos exemplos mais corriqueiros de sua atuação.

O interesse público, parafraseando o ex-técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira, é apenas um detalhe. 

E tudo isso se passa em meio a um luxo reservado a poucos neste mundo: assessores, carros, passagens de avião, moradia, tudo de graça, tudo pago por nós, os pobres, miseráveis e ordinários contribuintes.

Na minha utopia esse tipo de político faria um trabalho voluntário, ou, quando muito, remunerado de acordo com a sua atuação (comparecimento às sessões legislativas, às reuniões das comissões etc), teria o suporte de assessores técnicos do quadro de cada casa (Câmara Municipal, Assembleias Legislativas, Câmara dos Deputados e Senado), e uma ajuda fixa para viagens e moradia - e só. 

Lógico que Receita Federal e outros órgãos de fiscalização ficariam de olho bem aberto para ver se esses devotos homens públicos não receberiam algum tipo de "incentivo" por fora.

Na minha utopia a coisa funcionaria assim. 

Mas ela é apenas uma utopia, nada mais que uma utopia. (Carlos Motta)

Comentários

  1. República? Três Poderes? Ainda estamos longe disso.O que temos por enquanto é só a máquina de arrecadação. E é claro, a cachorrada faminta que se atira sobre o dinheiro público, se utilizando de inúmeros e divertidos artifícios surrupiantes.O pouquinho que retornava ao contribuinte,através de socorro aos menos favorecidos, está sendo ceifado pelos hipopotamos da burocracia, enquanto discutem se roubar assim ou assado, é feio ou bonito. Uma palhaçada.

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