2017, outro ano perdido


A situação da economia brasileira é tão ruim que nem os veículos de comunicação mais chapas brancas, como a Agência Brasil, conseguem dourar a pílula.

A reportagem "Baixo crescimento marcará economia em 2017, preveem especialistas" é exemplo disso.

O autor da matéria bem que tentou pintar um quadro se não otimista, ao menos não catastrófico, mas às vezes a realidade é tão evidente que não há ficção que a supere.

Segue a íntegra da reportagem:


Baixo crescimento marcará economia
em 2017, preveem especialistas

Um início de recuperação em meio a um crescimento tímido e a dificuldades no cenário internacional. Para economistas ouvidos pela Agência Brasil, as perspectivas para a economia em 2017 indicam leve melhora em relação a 2016, mas apontam para um caminho cheio de percalços rumo à retomada da produção e do consumo.

Segundo os especialistas, o quadro político também retarda a recuperação da economia. Para eles, o país precisa superar as pendências políticas antes de voltar a crescer, mas essa é apenas uma parte da solução.

Para a professora de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Virene Matesco, o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) crescerá no máximo 0,5% em 2017. Ela diz que somente quando consumidores e empresários recuperarem a confiança, a economia começará a recuperar-se plenamente.

“A recuperação da economia em 2017 depende fundamentalmente de dois fatores: a superação da crise política e a aprovação de medidas que sinalizem algum compromisso do governo com as contas públicas. Somente aí, o país poderá começar a se reorganizar”, disse. “O Congresso é como um trator que vai tirar o carro atolado, que é o Brasil. Só que o trator está quebrado.”

Segundo Virene, mesmo a aprovação da reforma da Previdência será apenas uma indicação para o mercado e os investidores. Isso porque tanto a revisão no regime de aposentadorias e pensões como a emenda constitucional que cria um teto para o gasto público têm impacto sobre as contas do governo apenas no médio e no longo prazo. “Como os déficits nas contas públicas continuarão persistindo, existe a possibilidade de o governo aumentar impostos para elevar a receita”.

O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, concorda com os reflexos da política sobre a economia. “Para mim, a crise atual é fundamentalmente política. Será que os investidores continuarão dispostos a pôr dinheiro no Brasil vendo o que está acontecendo aqui?”, pergunta.

Perfeito tem uma estimativa mais pessimista para o crescimento da economia no próximo ano: 0,2%. Segundo ele, o resultado poderia ser melhor se o governo ampliasse o déficit primário da União, estimado em R$ 139 bilhões para 2017, para estimular a economia. “Um aumento de gastos seria válido se fosse temporário e feito com transparência, mas não existe espaço político para isso, até por causa dos erros dos governos anteriores com esse tipo de medida”, explica.

O economista também atribui parte das dificuldades de recuperação da economia ao cenário internacional, principalmente após a indicação do Federal Reserve (Banco Central norte-americano) de que poderá aumentar os juros da maior economia do planeta até três vezes em 2017 para conter os efeitos dos cortes de impostos e da expansão dos gastos públicos do futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Indústria

As entidades do setor produtivo também não têm projeções otimistas para a economia no próximo ano. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima crescimento de 0,5% para o PIB, com expansão de 1,3% na indústria. Para a entidade, o investimento deve crescer 2,3% em 2017 depois de cair 11,2% este ano.

Para o gerente-executivo da CNI, Flávio Castelo Branco, a ociosidade das indústrias, que estão com grandes estoques acumulados, e as dificuldades financeiras das famílias e das empresas dificultam a retomada do crescimento. Segundo ele, somente quando o endividamento diminuir, o consumo e a produção terão condições de reagir.

“Quando as empresas geram empregos, giram a economia, aumentando investimentos, salários, consumo e produção”, explicou Castelo Branco durante a divulgação das estimativas da entidade para a economia em 2017 no último dia 13. Segundo ele, a aceleração das reformas da Previdência e trabalhista e a diminuição dos desequilíbrios nas contas públicas são importantes para que o país volte a crescer.

No fim de novembro, o Ministério da Fazenda reduziu a projeção de crescimento do PIB para 2017 de 1,6% para 1%. A previsão oficial é mais otimista que a do mercado. Na penúltima semana de dezembro, as instituições financeiras estimavam expansão de 0,58% do PIB para o próximo ano, segundo o Boletim Focus do Banco Central, publicação semanal com projeções de analistas de mercado. As instituições projetam inflação de 4,9% em 2017 pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Comentários

  1. O otimismo com o crescimento da economia, são apenas gases. Os investimentos no Brasil pararam, e o País enfraquece. A esperança é que em 2017, um enorme peido, expulse os golpistas, e mate intoxicados todos os que apoiaram essa infeliz idéia.Cruz credo.

    ResponderExcluir
  2. Seguro morreu de velho. Pelo sim, pelo não, já reforcei meu estoque de pregador de roupa.

    ResponderExcluir

Postar um comentário