Fidel e as contradições


Mario Rocha

Viajei pra muitos países. 

Só em Cuba me perguntaram se o jornal para o qual eu trabalhava era de esquerda ou de direita. 

A Cuba de Fidel, como ele próprio e como também as democracias capitalistas, é um poço de contradições. 

Não se trata de julgar e dar um diagnóstico se é bom ou ruim. Mas, sim, de aprender com o que há de bom e de ruim no legado da revolução cubana. 

Cuba não permitiu o contraditório porque queria criar um "novo homem". 

Foi um erro. 

Mas promoveu os melhores índices de saúde e de educação das Américas. 

Foi um acerto. 

A democracia capitalista nos dá a sensação da liberdade de escolha. 

Mas qual liberdade tem a grande maioria dos pobres que vivem sob o capitalismo na América Latina e na África? 

A morte de Fidel Castro pede um momento de reflexão acerca dos caminhos que a humanidade pode trilhar. 

A nossa história é repleta de bons e maus exemplos, muitas vezes contidos em uma única pessoa ou em um único sistema político e econômico. 

Por que não conseguimos entender isso? 

Por que somos tão egoístas, tão pequenos, tão limitados, tao cagões, tão aquém do que poderíamos ser? 

Obrigado, Fidel.

Comentários

  1. Diz minha mulher, prima da Fomezelda, que enquanto não aparecer um Fidel por aqui, os Primos Ricos, e os Ricardões, vão continuar fazendo a festa. A democracia é uma farsa.
    A ponte para o futuro é um deboche. O crescimento da economia, conto da carochinha. Já a revolta nos corações é real.

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