O dr. Mesóclise e os chantagistas

O dr. Mesóclise está "exaurido" com a "chantagem explícita" de alguns senadores que se dizem indecisos sobre votar ou não pelo impedimento da presidenta Dilma, noticia uma colunista da Folha. 

A mesma fonte informa que em algumas ocasiões ele deixou claro seu desconforto com as exigências dos parlamentares para o voto pró-golpe: "Então votem na Dilma", teria explodido.

Estranha nota essa da colunista da Folha.

Lidar com chantagistas deveria ser uma das especialidades do dr. Mesóclise.

Afinal, foi ele quem disse, numa reunião com seus ministros, que sabe "tratar com bandidos".

Mesmo que não tivesse dito isso, a longa vida do dr. Mesóclise como homem público indica que ele está acostumado a cuidar desse tipo de situação.

Não foi à toa que chegou à presidência do PMDB.

Ou à vice-presidência da República.

Além de saber colocar os pronomes no meio dos verbos como poucos neste país que abusa da língua portuguesa, o dr. Mesóclise é um expert no mundo da baixa política, essa que vem corroendo a nossa jovem democracia e que possibilitou que o Brasil chegasse ao triste estado em que se encontra hoje.

A colunista da Folha provavelmente foi erroneamente informada sobre os motivos da indignação do dr. Mesóclise.

É muito mais crível que ele esteja exaurido não pela quantidade de pedidos dos senadores, mas sim por constatar que a chantagem como modus operandi no mundo político deixou de ser praticada por alguns poucos, mas se estendeu a toda corporação.

Ou seja, o feitiço virou contra o feiticeiro.  (Carlos Motta)

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