Um dia de luta é pouco

Matéria no site da CUT dá um pouco de alento para aqueles, que, como eu, não creem que as manifestações que estão ocorrendo no país contra o golpe, embora sejam lindas e maravilhosas, vão ter algum efeito prático para mudar a opinião dos senadores que votarão o relatório pró-impeachment do notório Anastasia.

Mesmo assim, um dia nacional de luta é pouco.

As centrais sindicais deveriam, isso sim, convocar uma invasão ao Senado, com direito a umas boas bordoadas naqueles bandidos.

Quem sabe, um dia, as pessoas vão perceber que criminosos não merecem nenhum respeito. 

Centrais convocam Dia Nacional de Luta para 10 de maio

Presidente da CUT, Vagner Freitas, apontou que data será de paralisação contra o golpe e em defesa de direitos

Durante intervenção no 1º de Maio da CUT, o presidente  nacional da Central, Vagner Freitas, convocou para 10 de maio um Dia Nacional de Luta contra o Golpe e em Defesa de Direitos. A ideia é unificar os trabalhadores dos setores público e privado para derrubar o impeachment.

“Resistência se faz com luta e vamos paralisar fábricas, escolas, retardar atendimento onde for possível, na guerra junto com estudantes, com toda a sociedade”, alertou Vagner.

O dirigente voltou a apontar que a CUT não reconhecerá o governo do atual vice-presidente Michel Temer (PMDB), caso o golpe triunfe, porque não representa a vontade popular. Para exemplificar, citou a pesquisa da Central que aponta o repúdio da sociedade ao processo. “Na pesquisa que fizemos, o Temer só tem 1% de aceitação, ou seja, o povo não o quer no poder.”

Vagner alertou ainda aqueles que acreditam no discurso de que o impeachment resolve o problema do Brasil. “Os golpistas estão vendendo a ideia de que fazendo o impeachment, no dia seguinte, a economia crescerá 10%, um milhão de empregos serão gerados e o Brasil sairá da crise, mas o impeachment aprofundará a crise”, disse, ao reforçar que um possível golpe acirrará a disputa das ruas para que Dilma possa governar até 2018, conforme determina a eleição.

Uma luta que, segundo ele, não é um cheque em branco e virá acompanhada de cobranças por avanços para a classe trabalhadora.

“Não haverá paz, porque lutaremos pela democracia. Eles são usurpadores da democracia, não nós. Nós estamos do lado certo da história, entendendo que o mandato da Dilma deve ser respeitado para que ela possa fazer um restante de mandato que atenda a todos os interesses da classe trabalhadora.”

Por trás do golpe

Secretário Geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, ressaltou que, apesar de a entidade não apoiar o governo, se associou aos movimentos sindical e sociais porque enxerga no impeachment um golpe, sobretudo, contra a democracia, a classe trabalhadora, as mulheres, os negros, a comunidade LGBT e os setores mais pobres da sociedade brasileira.

Ele falou ainda sobre os articuladores do golpe que não vêm a público, mas patrocinam e articulam, como o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf.

“O Skaf vive dizendo que não quer pagar o pato, mas tem que pagar impostos sobre suas fortunas, jatinhos e helicópteros. Denunciar o dono do Itaú, seu (Roberto) Setúbal, que veio a público defender o golpe, mas não tem vergonha de cobrar 600% de juros da população endividada desse país.”

Para ele, o momento é de ampliar a conscientização. “A partir de agora temos que dialogar com quem está capturado pela manipulação da mídia, que está envenenada com a campanha orquestrada da Rede Globo. Vamos ocupar o país, derrotar o golpe e defender os interesses da nossa classe.”

Plebiscito

Presidente da CTB, Adilson Araújo, comparou os golpistas aos escolhidos para cargos biônicos, como senadores, governadores e prefeitos que não passavam por eleições. E sugeriu a realização de plebiscito para decidir sobre os rumos do governo.

“Em 2012, ao ganharmos as eleições, experimentamos o gosto de fazer politica. De olhar para o nordestino, para o povo pobre, para a periferia. Com foi bom ver nosso povo andar de avião, dar rolezinho no shopping e aí começamos a incomodar. Eu não votei no (Eduardo) Cunha, eu não votei no Temer e acho que o recado está dado. O plebiscito pode ser sim uma possibilidade de tirar o governo biônico e ilegítimo.”

 (Carlos Motta)

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