Carlos Motta
Os mais novos vibram com o "Lula lá", mas os mais antigos certamente se lembram do "varre, varre, vassourinha".
Os jingles eleitorais são assim: músicas simples, refrão que "cola" na cabeça das pessoas, mensagens diretas para que o eleitor não tenha dúvida de que fulano é o melhor candidato.
O vídeo dá alguns bons exemplos de jingles que fizeram história.
O de Adhemar de Barros, para a campanha presidencial de 1960, é um primor. Transforma o negativo - a "caixinha" que, se dizia, o político cobrava nas suas obras públicas - em algo positivo:
Quem não conhece, não ouviu falar
Na famosa “caixinha do Adhemar”,
Que deu livro, deu remédio, deu estrada,
Caixinha abençoada (…)
Já se comenta de norte a sul
Com Adhemar tá tudo azul.
Deixa falar toda essa gente maldizente,
Deixa quem quiser falar (…)
Essa gente que não tem o que fazer
Faz de tudo, mas não cumpre seu dever
Enquanto eles engordam tubarões,
A caixinha defende o bem-estar de milhões
Mas o de Jânio, na mesma eleição, não ficava atrás: mexia, como muitos políticos fizeram e continuam fazendo, com o moralismo, falso ou não, da classe média:
Varre, varre, varre, varre vassourinha!
Varre, varre a bandalheira!
Que o povo já 'tá cansado
De sofrer dessa maneira
Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado!
Jânio Quadros é a certeza de um Brasil moralizado!
Alerta, meu irmão!
Vassoura, conterrâneo!
Vamos vencer com Jânio!
E mesmo o do sisudo marechal Henrique Teixeira Lott não fazia feio:
De Leste a Oeste,
De Sul a Norte,
Na terra brasileira,
É uma bandeira
O marechal Teixeira Lott
Como se vê, a música sempre foi e sempre será uma arma poderosa.
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