Piracicaba faz a festa do jazz cigano

O inglês Robin Nolan volta ao Brasil 

Um show do Hot Club de Piracicaba, com os convidados Marcos Moraes, Eduardo Belloni, Julia Simões e Sandro Haick, abre nesta quinta-feira, 26 de setembro, às 20 horas, no Teatro Erotides de Campos, o 7º Festival de Jazz Manouche de Piracicaba, que já se converteu no evento mais importante no Brasil para a difusão do gênero. Nesta edição, o festival recebe artistas do México, Portugal e Inglaterra, mantendo a tradição de promover um intercâmbio entre músicos que tocam o jazz cigano em diferentes países.

O festival foi idealizado pelo juiz de direito José Fernando Seifarth de Freitas, também guitarrista manouche, um dos fundadores do Hot Club de Piracicaba, em 2008. José Fernando tem vários discos gravados e além de se envolver diretamente na produção do festival, mantém uma atividade artística constante.

Como nos anos anteriores, o festival terá vários palcos: além do Teatro do Engenho, o Sesc de Piracicaba, as casas Jazz B e Jazz nos Fundos, em São Paulo, e o Boulevard de Águas de São Pedro. A programação, que se estende até 13 de outubro, é a seguinte:

26/9, às 20 horas - Hot Club de Piracicaba, Teatro do Engenho

O Hot Club de Piracicaba foi fundado em 2008 por José Fernando Seifarth de Freitas Alcides Lima (Cidão) e Marcos Mônaco, respectivamente baterista e clarinetista da banda paulistana Traditional Jazz Band Brasil. É o grupo anfitrião do 7º Festival Internacional de Jazz Manouche de Piracicaba e encabeçou o movimento do jazz cigano brasileiro.

Em 2008 a banda gravou seu primeiro CD, "Jazz a La Django", inspirado na obra do guitarrista Django Reinhardt. Seu novo trabalho, “Amigos”, foi lançado em 2019, quando o grupo celebrou seus 10 anos de existência, com participação de músicos nacionais (Bina Coquet, Florian Cristea, Seo Manouche) e internacionais (Howard Alden, Richard Smith, Robin Nolan e Paul Mehling).

Seus integrantes são André Grella (piano), Eliezer Silva (trompete), Fernando Seifarth (violão/guitarra), Frank Edson (tuba), Giliadi Richter (washboard), Wagner Silva (bateria) e Eloy Porto Neto (trombone e vocal).

3/10, às 19h30 - Manouchka e Smoke Rings, Teatro do Sesc

A banda Smoke Rings é de Guadalajara, no México, e lotou os teatros de música em todo o país, por causa de sua mistura de jazz e swing gypsy. Em 2015 lançou o primeiro álbum e fez uma turnê na Argentina, onde representou o México no 13º Festival Internacional Django Reinhardt. Em 2016 e 2017 viajou para a Colômbia.

O Trio Manouchka é a banda mais prestigiada a tocar a música de Django Reinhardt em Portugal e a única com reconhecimento internacional. Desde 2014 o guitarrista Nuno Marinho se dedica a promover o gênero em Portugal e a atuar com músicos de jazz cigano em Nova York, Paris, Londres, Amsterdã e na Índia. Para este festival, o Trio Manouchka virá ao Brasil como duo (Nuno Marinho como guitarrista e Marian Yanchyk como violinista) e se apresentará com o acordeonista Marcelo Cigano, o baixista Nando Vicêncio e o violonista Vinicius Araújo.

4/10, às 20h - Robin Nolan, no Teatro do Sesc

O músico inglês Robin Nolan nasceu em 1968 enquanto seus pais se apresentavam para as tropas americanas em guerra. Em sua infância em Hong Kong, seu aprendizado musical passou pelo rock, blues e jazz até chegar ao estilo ao qual apaixonadamente tem dedicado sua vida: a música cigana. Com mais de 2 milhões de acessos em seu canal no YouTube, o Gypsy Jazz Secrets, Robin Nolan é uma das maiores autoridades mundiais em tudo o que é jazz manouche. Seu trio já tocou diversas vezes no Festival Django Reinhardt em Samois, França, e já viajou pelo mundo fazendo shows em muitos dos mais prestigiados locais e festivais do mundo do jazz. Participa pela terceira vez do Festival de Jazz Manouche de Piracicaba.

Nolan está homenageando George Harrison em um novo álbum, com uma coleção de músicas do ex-Beatle tocadas de maneira única. Harrison era fã e amigo de Robin.

5/10, às 16h - Hot Club de Piracicaba, Marcos Moraes, Bina Coquet e Sebastian Abuter; Manouchka; Smoke Rings; Robin Nolan; e Florian Cristea, no palco externo Teatro do Engenho

8/10, às 20h - Manouchka e Smoke Rings, no Jazz dos Fundos (SP)

9/10, às 20h - Florian Cristea Quarteto, com participação Robin Nolan, no Teatro do Sesc

O violinista romeno Florian Cristea teve seus primeiros estudos musicais com seu pai, Gica Cristea. Frequentou uma escola de música até 1983, quando entrou no Conservatório de Bucareste e começou a ganhar competições. Em 1985 se tornou aluno de Ion Voicu e a partir de 1990 participou de várias orquestras romenas e excursionou pela Alemanha, Suíça, França, Estados Unidos, Finlândia e Turquia. Mora no Brasil há 21 anos, desde que foi convidado pelo maestro brasileiro Claudio Cruz para tocar na Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Apesar de ter formação acadêmica, Florian toca jazz há anos. Neste festival ele estará acompanhado dos músicos Bina Coquet (violão) e Danilo Viana (baixo).

10/10, às 20h - Sebastian Abuter trio e Robin Nolan, no Jazz dos Fundos (SP)

11/10, às 20h - Gypsy Jazz Club, no Teatro do Sesc

O Gypsy Jazz Club é um grupo formado pelos músicos brasilienses Victor Angeleas (violão tenor e bandolim de 10 cordas), Pedro Vasconcellos (cavaquinho), Igor Diniz (contrabaixo acústico) e Eduardo Souza (violão manouche). Mescla o jazz cigano com a música brasileira, de onde vêm as influências e a vivência musical dos integrantes. O grupo surgiu em 2013 e, no ano passado, lançou um disco com o violinista americano Ted Falcon.

12/10, às 17h - Hot Club de Piracicaba, Robin Nolan e Gypsy Jazz Club, em Águas de São Pedro

13/10, das 14h às 16h - Tributo a Django e Grappelli, com Florian Cristea e All Stars Jam (participaçãos de integrantes do Smoke Rings e Manouchka) no Jazz B (SP)

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