Quarteto de Cordas de SP abre temporada com obras brasileiras


O Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, corpo artístico do Teatro Municipal de São Paulo, estreia a temporada 2019 do grupo com o programa Um Certo Brasil, concerto que traz obras brasileiras. A apresentação será nesta quinta-feira (28), às 20 horas, na Sala do Conservatório, na Praça das Artes. Os ingressos custam R$ 20.

O grupo, formado por Betina Stegmann e Nelson Rios, nos violinos, Marcelo Jaffé, na viola, e Rafael Cesario, no violoncelo, apresentará as obras Quarteto nº 3 (1954), de Claudio Santoro, e Quarteto nº2 (1958), de Guerra Peixe. Importante ressaltar que as duas peças foram apresentadas, em suas respectivas estreias, pelo Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo.

Os dois compositores representados no programa participaram do Grupo Música Viva, um importante movimento musical brasileiro iniciado no Rio de Janeiro, em 1939.  Guerra Peixe e Claudio Santoro acreditavam na música como um instrumento de educação na formação da sociedade e no papel do artista em conduzir este processo.

De acordo com o violista Marcelo Jaffé, “as duas peças mostram o resultado de anotações e observações em viagens pelo interior do estado de São Paulo no âmbito da música popular.”

O quarteto realiza um dia antes, na quarta-feira (27), às 18 horas, ensaio aberto desse concerto na Sala do Conservatório, na Praça das Artes, centro de São Paulo. Não existe distribuição de senhas e basta apenas chegar ao local próximo do horário.

Por iniciativa de Mário de Andrade, o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo foi fundado em 1935. Inicialmente era chamado de Quarteto Haydn e buscava difundir a música de câmara e estimular compositores brasileiros a compor novo repertório para o gênero. O grupo passou a ser chamado de Quarteto de Cordas Municipal a partir de 1944, chegando à sua forma definitiva em 1981, como Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo.

Em concertos comentados, o quarteto apresenta o amplo repertório para a formação, inclusive o de vanguarda, promovendo o contato do público com todas as tendências e escolas de composição, como parte do projeto original do grupo, de fomento e formação de plateias. Em sete oportunidades o Quarteto de Cordas ganhou o prêmio de Melhor Conjunto Camerístico da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e por três vezes o Prêmio Carlos Gomes. A Sala do Conservatório é a casa do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo.

Praça das Artes

A Praça das Artes é um complexo cultural dedicado à música, dança, ao teatro e exposições. É sede da Escola de Dança e da Escola Municipal de Música de São Paulo, além de abrigar grupos artísticos da Fundação Teatro Municipal de São Paulo.

Criada como extensão das atividades do Teatro Municipal suas características arquitetônicas indicam que sua vocação vai além da música e danças eruditas. Em contraponto à arquitetura e tradição do Teatro, a Praça conecta-se à cidade e busca apresentar, principalmente, iniciativas contemporâneas nas artes.

O espaço escolhido para a construção da Praça das Artes foi um terreno em forma de ‘T’, que liga a Rua Conselheiro Crispiniano à Avenida São João e o Vale do Anhangabaú. O objetivo era criar um espaço que contornasse o antigo prédio tombado do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e se apresentasse de forma mista como edifício e praça. A Praça das Artes é parte da revitalização cultural do centro histórico de São Paulo e resultado de uma parceria entre o arquiteto Marcos Cartum, do Núcleo de Projetos de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura, e o escritório paulistano Brasil Arquitetura, de Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz. A primeira parte do complexo foi inaugurada em dezembro de 2012 em uma área de 29 mil m² e passou a ser ocupado em 2013. 

Recebeu o Prêmio APCA de Melhor Obra de Arquitetura de 2012, o prêmio de Edifício do Ano de 2013 pelo Icon Awards, realizado pela Icon Magazine e finalista dos ‘Projetos Impressionantes das Américas’, da Mies Crown Hall Americas, em 2014.

A criação da Praça das Artes vem resolver um problema histórico de falta de espaço dos bastidores do Teatro Municipal. Durante décadas os grupos artísticos ligados ao Teatro ocuparam diferentes espaços do centro da cidade. A Escola de Dança, que esteve por 70 anos nos baixos do Viaduto do Chá, se mudou em 2013 para ocupar andares da Praça das Artes. Da mesma forma, a Escola Municipal de Música deixou o antigo endereço na Rua Vergueiro para se alojar nos andares da Praça. A Orquestra Experimental de Repertório, que ensaiava na Galeria Olido, mudou de endereço, assim como o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo que passa a ocupar a Sala do Conservatório, no primeiro andar da Praça das Artes.

Comentários