Há momentos em que a arte revoluciona a linguagem, sintetiza diferentes suportes e formas de expressão e atravessa o tempo. Como apresenta o pesquisador do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da PUC-SP, Miguel Chaia, no livro Pina Bausch, publicado pela Sesi-SP Editora e Edições Sesc São Paulo, que será lançado nesta quinta-feira, dia 14, a partir das 19h30, no Sesc Campinas, o autor, Fabio Cypriano, expõe os meandros do processo criativo da artista e interpreta minuciosamente o esforço individual e coletivo para a produção da coreografia tendo como base o Brasil − Água. Durante o evento, haverá um debate com Fabio Cypriano, Morena Nascimento e Sayô Pereira sobre Pina Bausch, com mediação de Dani Scopin.
Água foi criada a partir de viagens da companhia Tanztheater Wuppertal – fundada pela coreógrafa Pina Bausch – a São Paulo e Salvador, no ano 2000.
Para a realização deste livro, também foi essencial a parceria com o fotógrafo belga Maarten Vanden Abeele, que acompanhava regularmente a companhia e podia apresentar imagens de praticamente todas as criações.
A última produção de Pina Bausch estreou no dia 12 de junho de 2009 e pouco mais de duas semanas depois, no dia 30 de junho, ela morreu, aos 68 anos, surpreendendo o mundo da arte.
Ao contrário de outros coreógrafos que planejam como suas companhias devem ser encerradas, Pina não deixou testamento. Mas não foi necessário. Passados quase dez anos, o Tanztheater Wuppertal, que ela dirigia desde 1973, segue vivo. O agora Tanztheater Wuppertal Pina Bausch apresenta-se com temporadas regulares nos mesmos teatros onde sempre esteve presente, em Wuppertal, Paris, Londres e Nova York, além de outras cidades de forma mais esporádica, como São Paulo, Tóquio e Atenas, entre tantas outras.
Em 2009, o filho da coreógrafa, Salomon, criou a Fundação Pina Bausch, sediada em Wuppertal. A instituição trabalha desde a organização do arquivo das 53 peças criadas por Pina até a montagem de exposições com o acervo de figurinos, cenários, fotos e outros elementos.
Grande figura da dança alemã no século XX, Pina não foi vista apenas nos palcos. Em 2011, Wim Wenders lançou “Pina Bausch”, que se tornou um fenômeno nos cinemas, tendo até concorrido ao Oscar.
O autor do livro, Fabio Cypriano, é crítico de arte e professor no departamento de Jornalismo da PUC-SP. Fez seu doutorado sobre Pina Bausch, com parte da pesquisa realizada em Berlim, entre 1997 e 2000, na Humboldt-Universität. Em 2017, concluiu pós-doutorado, na USP, com o tema A Elite Paulista e a Bienal de São Paulo. Em 2016, foi co-organizador de Histórias das Exposições, Casos Exemplares (Educ); em 2018, organizou Histórias das Exposições, Debates Urgentes (Estação das Letras e Cores).
O fotógrafo Maarten Vanden Abeele nasceu em 1970 em Bruxelas e foi criado em Antuérpia. Desde 1993, vivendo entre a Bélgica e a França, dedica-se à fotografia e a viajar pelo mundo, realizando reportagens e trabalhos autorais sobre os grandes teatros europeus e japoneses. É autor de Pina Bausch (Éditions Plume, 1996) e coautor de Jan Fabre (Actes Sud, 2005), entre
Comentários
Postar um comentário