O Rec-Beat realiza sua 23ª edição entre os dias 10 e 13 de fevereiro no histórico Cais da Alfândega, durante os quatro dias do Carnaval no Recife, capital pernambucana, com acesso gratuito.
Totalizando 24 atrações, o festival será palco para diversos lançamentos de discos e shows inéditos no Recife e também a estreia de artistas da Espanha, Argentina, França e Alemanha em solo brasileiro, sublinhando o propósito do Rec-Beat em apresentar as mais novas e ousadas propostas de diferentes cenas musicais.
Em sintonia com a multiplicidade estética da música contemporânea mundial, o line-up desta 23ª edição passeia entre as novas levadas do hip hop nacional à recriação da música latina. Vai da tradição secular das bandas de pífano do interior de Pernambuco aos sons digitais do brega funk da capital do Estado. Recebe show especial de pilares da música brasileira, ao mesmo tempo que projeta novos ídolos. Muito além de um “cardápio de novidades”, o festival convoca a escutar a pluralidade de nosso tempo e a derrubar os muros que dividem a música, aproximando estéticas inovadoras diversas — tudo isso no coração da festa carnavalesca, no centro do Recife.
Don L é um dos destaques do evento entre os nomes nacionais. Membro do influente grupo Costa a Costa, o rapper cearense fará sua estreia em um festival de grande porte. Ele apresenta o show de “Roteiro Para Aïnouz vol. 3”, álbum que analisa a condição do movimento hip hop no seu atual momento de mainstreaming com uma linguagem sonora única.
Erasmo Carlos fará o show de encerramento do festival, mostrando um repertório que combina os seus clássicos eternos com as novidades do álbum “Gigante Gentil”. O Tremendão ocupa a linha curatorial do festival que busca apresentar às novas gerações um nome icônico de relevância histórica da música brasileira — Mestre Vieira, Selma do Coco, Luiz Melodia, Dona Onete, Jards Macalé, Arrigo Barnabé e João Donato são alguns dos mestres que passaram pelo Rec-Beat.
Do Espírito Santo, a jovem Ana Muller representa uma nova cena de cantores-compositores de perfil acústico que fazem gravações em casa e conquistam seu público com circulação independente do tipo faça-você-mesmo. Seu primeiro EP, intitulado com seu nome, foi lançado pelo selo Garimpo, do grupo Brasileiríssimos, e revela a voz doce, interpretação intensa e sofisticação lírica.
Como painel da nova música do país, o festival reflete a fértil produção do rap brasileiro. Além de Don L, o Rec-Beat 2018 terá Rimas & Melodias, supergrupo que reúne as minas da vanguarda do hip hop em torno de cyphers (encontro de MCs em rimas conjuntas, como as rodas de freestyle) sobre a visibilidade das mulheres e cultura negra.
O trio feminino Arrete apresenta o show do seu primeiro disco “Sempre com a Frota”, uma mistura do rap e ragga com tempero regional. Diomedes Chinaski e Luiz Lins, dois dos maiores nomes do novo rap do Nordeste, farão no festival um show conjunto inédito, acompanhado pelo DJ e beatmaker Mazili.
Afrodiáspora
O festival também reflete a crescente produção de artistas que trabalham com a memória ancestral, o futuro e a reinvenção da cultura afrodiaspórica. Baiana radicada em São Paulo e vocalista do Aláfia, Xenia França lançará o disco “Xenia” no Rec-Beat. Em seu primeiro trabalho solo ela compõe um afropop eletrônico, embalada por ritmos percussivos de matrizes afro-brasileira, passando pela música eletrônica, jazz, samba-rock, yorubá e R&B.
A baiana Larissa Luz traz seu show explosivo e performático que funde trap, rap, dubstep, rock, samba reggae e ijexá sob influência dos movimentos afrofuturismo e afropunk. De sonoridade própria que desafia classificações, ela traz ao Rec-Beat o show de “Território Conquistado”, um álbum de dez faixas que homenageiam dez criadoras negras, como as cantoras Elza Soares e Nina Simone e a escritora Maria Carolina de Jesus, entre outras.
Em paralelo, Lucas Estrela promete fazer todo mundo dançar com as músicas de seu novo álbum “Farol”, que conta com participações de Felipe e Manoel Cordeiro. Combinando a guitarrada, carimbó e a lambada com elementos do pop eletrônico e influências do post-rock, o guitarrista e produtor musical é destaque do atual movimento de renovação da música paraense.
Pernambuco
Novos nomes da cena pernambucana também marcam presença no Rec-Beat 2018. MC Tocha é o maior expoente do brega funk, movimento musical da periferia do Recife. Ele incorpora em sua música elementos que vão do novo funk paulistano ao ragga, passando pelo forró eletrônico e hip hop. O MC sintoniza a música popular urbana global e a reprocessa sob sua perspectiva local, resultando em um som simples mas inventivo, cativante e, claro, altamente dançante.
Depois de um show histórico no Rec-Beat onde iniciou sua parceria com Liniker e Almério, Johnny Hooker vai entoar as canções de seu novo álbum, “Coração”. O disco marca a reinvenção artística do cantor ao flertar com samba e afoxé em músicas solares sobre a força do amor para resistir aos períodos turbulentos da vida.
Outro ídolo local, Otto vem apresentar “Ottomatopeia”, álbum influenciado por diferentes partes do mundo, desde o rock ao romantismo de Roberta Miranda e Reginaldo Rossi, passando ainda pela ancestralidade africana.
O show Frevália é um projeto do cantor Romero Ferro, que terá as participações de Michelle Melo (ícone da música brega recifense), Monique Kessous e Natália Matos. Trilhando o caminho da música pop de sonoridade oitentista, o show propõe uma releitura contemporânea do frevo em um repertório que passeia por clássicos da folia e canções de novos compositores como Isaar, Juliano Holanda, Adriana Calcanhoto, Thaís Gulin e Moreno Veloso.
Internacional
Na escalação internacional, o festival selecionou artistas de performance singular para deixar o público mesmerizado. O espanhol Javier Díez-Ena, da Espanha, mostra o show “Theremonial”, onde amplia de maneira inovadora as possibilidades do teremim, instrumento eletrônico russo da década de 1920.
Artista seminal da música eletrônica, Bernard Fevre apresenta o seu projeto Black Devil Disco Club. Nos anos 1970, ele iniciou seus experimentos com sintetizadores e música ambiente, e foi pioneiro ao criar uma versão eletrônica e cósmica da disco music no clássico cult “Black Devil Disco Club” (1978). O álbum abriu caminho para toda uma linhagem da música de pista francesa, décadas antes de medalhões como Daft Punk.
Direto da Patagônia, as argentinas do Fémina unem elementos de diferentes ritmos latinos, como cúmbia, candombe, rumba e bolero, com o groove do hip hop e funk. Vivendo entre Berlim e Istambul, a DJ Ipek é um dos nomes mais respeitados do circuito internacional de música eletrônica. Do funk psicodélico turco à música folclórica dos Balcãs, passando pelo reggaeton e eletrônica do oriente médio, seu som tem um estilo próprio, que ela define como “Eklektik BerlinIstan” .
Expansão
Além do palco principal no Cais da Alfândega, no Recife, 2018 foi mais um ano de expansão para o Rec-Beat, levando edições especiais do festival para novas cidades, no período pré-carnavalesco. Estreou em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, e no Ceará em Sobral e Fortaleza. Realiza também o projeto Rec-Beat Apresenta, em duas edições, novamente em João Pessoa e Olinda. Desta forma, o Rec-Beat consolida seu conceito artístico de promover a nova música brasileira em perspectiva mundial e fomentar um público curioso, atento e ávido por novidades.
O Festival Rec-Beat 2018 tem patrocínio da Prefeitura do Recife, incentivado pelo Governo de Pernambuco, Fundarpe, por meio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura - Funcultura, apoio da Slap, Copergás, Consulado da França no Recife, Bureau Export, Institut Français, Embaixada da França no Brasil, Ibermúsicas, Embaixada da Espanha, Consulado da Alemanha, Goethe-Institut, CCBA e CePE. App Oficial: PE no Carnaval. Mídias parceiras: Brasileiríssimos, Revista O Grito!, Revista Continente e Frei Caneca FM. O Spotify é o player oficial e a realização é da Rec-Beat Produções.
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