Ribeirão Preto prepara 18ª edição da Feira Nacional do Livro


A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto anunciou os cinco primeiros autores confirmados para a 18ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, que participarão do projeto Combinando Palavras. No próximo ano, a feira terá o tema “As Histórias que os livros contam e as leituras que a gente faz” e será realizada de 20 a 27 de maio. 

Segundo a presidente da Fundação, Adriana Silva, em 2017, com a criação do Combinando Palavras, a entidade migrou da base da difusão para formação de leitores e pretende consolidar esse papel no próximo ano. “A iniciativa envolveu 5.500 estudantes de ensino médio, 29 escolas da rede pública e 58 professores foram capacitados para atuar no projeto, compartilhando o conhecimento que absorveram para dentro das salas de aula.” 

Para 2018, cinco autores já disseram sim ao projeto e engajaram-se na proposta da fundação: Adriana Falcão, Alice Ruiz (foto), Cristovão Tezza, Eliane Brum e Fernando Bonassi - todos muito atuantes e reconhecidos como expoentes da literatura brasileira. Em 2017 foram escolhidos os autores Luís Fernando Veríssimo, Nélida Pinõn, Lya Luft, Zuenir Ventura e Ignácio de Loyola Brandão. 

No próximo ano, o projeto Combinando Palavras atenderá, mais uma vez, a cerca de 5.500 estudantes do ensino médio de escolas estaduais. O projeto segue o modelo padrão de 2017 e vai realizar encontros de capacitação com professores da rede estadual de ensino a partir do início do próximo ano letivo. O objetivo é manter o compromisso de envolver alunos da rede pública de ensino em atividades literárias de formação para depois interagirem com autores durante a 18ª edição da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto. 

Na quarta-feira, na reunião em que houve o anúncio da feira, professores coordenadores de escolas estaduais receberam informações gerais sobre o projeto de 2018. Cada unidade escolar participante deverá fazer suas inscrições por aluno, no próximo ano, e escolher o autor que vai trabalhar. Cada escritor poderá receber 1.100 inscritos, número de lugares do Theatro Pedro II, onde os encontros do Combinando Palavras ocorrerão, durante a Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto. 

“Apresentamos nessa reunião os autores escolhidos para o Combinando Palavras, o cronograma e planejamento dos encontros de atualização dos professores para 2018, bem como as orientações gerais para participação no projeto”, explica Laura Abbad, coordenadora de programação da Fundação. A intenção é ao longo do 1º semestre de 2018 oferecer material de apoio e sugestões de obras para que os professores possam explorar histórias destes escritores, bem como dinâmicas de estudos e outros tipos de produções para salas de aula com os alunos. 

Autores do Combinando Palavras 

Adriana Falcão 

Escritora premiada de peças de teatro, crônicas e livros para crianças, jovens e adultos, mas também encanta o público com seu talento nos roteiros que cria para programas de TV na Rede Globo, tais como as séries : A Comédia da Vida Privada, A Grande Família, As Brasileiras, Louco por Elas, Mr Brau; para o cinema ‘’O Auto da Compadecida’’; A Máquina; O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias; Fica Comigo Essa Noite; Mulher Invisível; Eu e o meu Guarda-Chuva; Se eu Fosse Você 1 e 2 e Desculpe o Transtorno. Adriana já publicou com grande sucesso diversos livros como: A Máquina; O Doído da Garrafa; O Pequeno Dicionário de Palavras ao Vento; PS Beijei; Sete Histórias para Contar; A Gaiola; A Comédia dos Anjos; Luna Clara & Apolo Onze; Mania de Explicação; Sete histórias para contar; A Tampa do Céu, A Gaiola , Procura-se um amor e Valentina Cabeça na Lua e sua primeira obra não-ficção, Queria Ver Você Feliz (um livro que conta a história dos seus pais). No teatro escreveu Ideia Fixa, A Vida em Rosa, Tarja Preta, O P.A.I., o infantil Mania de Explicação (livro premiado e um best seller da literatura infanto- juvenil), A Gaiola e Lá Dentro tem Coisa. 

Alice Ruiz 

Poeta e haikaista, Alice Ruiz nasceu em Curitiba (PR), em 22 de janeiro de 1946. Começou a escrever contos com nove anos de idade, e versos aos 16. Aos 26 anos publicou pela primeira vez seus poemas em revistas e jornais culturais. Lançou seu primeiro livro aos 34 anos. 

Alice publicou, até agora, 21 livros, entre poesia, traduções e uma história infantil, A autora também compõe letras desde os 26 anos - tem diversas canções gravadas por parceiros e intérpretes. Lançou, em 2005, seu primeiro CD, o Paralelas,em parceria com Alzira Espíndola, pela Duncan Discos, com as participações especialíssimas de Zélia Duncan e Arnaldo Antunes. 

Antes da publicação de seu primeiro livro, Navalhanaliga, em dezembro de 1980, já havia escrito textos feministas, no início dos anos 1970 e editado algumas revistas, além de textos publicitários e roteiros de histórias em quadrinhos. Alguns de seus primeiros poemas foram publicados somente em 1984, quando lançou Pelos Pêlos pela Brasiliense. Já ganhou vários prêmios, incluindo o Jabuti de Poesia, de 1989, pelo livro Vice Versos e o Jabuti de Poesia, de 2009, pelo livro Dois em Um. 

Possui poemas traduzidos e publicados em antologias nos Estados Unidos, Bélgica, México, Argentina, Espanha e Irlanda, tendo sido também convidada como palestrante na Bienal de Lenguas da América no México e na Europalia Brasil em Bruxelas. 


Cristovão Tezza 

O autor nasceu em Lages, Santa Catarina, mas mudou-se criança para Curitiba, onde vive até hoje, dedicando-se à literatura. Escreveu mais de uma dezena de livros desde Trapo, de 1988, entre eles Juliano Pavollini, O fantasma da infância, A suavidade do vento, Aventuras provisórias, Breve espaço, O fotógrafo, Um erro emocional, Beatriz, O professor e A tradutora. 

Seu romance O filho eterno, de 2007, recebeu os mais importantes prêmios literários brasileiros, foi publicado em 15 países, adaptado para o teatro e virou filme. Em 2012 publicou O espírito da prosa, sua autobiografia literária. Atualmente, é colunista quinzenal no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo. Ganhou o prêmio Jabuti em 2016 e é finalista neste ano com o romance a Tradutora. 

Eliane Brum 

É jornalista, escritora e documentarista brasileira, formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) em 1988 e durante sua carreira profissional já ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. 

Trabalhou 11 anos como repórter do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, e 10 como repórter especial da Revista Época, em São Paulo. Desde 2010, atua como freelancer. De 2009 a 2013 manteve uma coluna no site da Revista Época, e desde outubro de 2013 no jornal El País. 

É autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A vida que ninguém vê (Arquipélago Editorial), ganhador do Prêmio Jabuti de Reportagem em 2007, e O Olho da Rua (Globo) - e de um livro de crônicas: A Menina Quebrada (Arquipélago Editorial, Prêmio Açorianos 2013), que reúne 64 de suas colunas escritas no site da revista Época, além de ter participado da compilação de reportagens especiais sobre os Médicos sem Fronteiras Dignidade!, que incluiu também autores como Mario Vargas Llosa. 

Em 28 de janeiro de 2010, foi uma das ganhadoras do 27º Prêmio Internacional de Jornalismo Rei de Espanha, pela reportagem "O Islã dos Manos", sobre a presença da religião islâmica nas periferias de cidades brasileiras, matéria publicada na revista Época, em fevereiro do ano anterior. É codiretora de três documentários: Uma História Severina, Gretchen Filme Estrada e Laerte-se. 

Fernando Bonassi 

O escritor nasceu em 1962, em São Paulo. É roteirista,dramaturgo e escritor, autor dos romances Subúrbio (Objetiva) e Luxúria (recentemente lançado pela Record), e dos livros de contos Passaporte (Cosac&Naify) e SP Brasil (finalista do Jabuti 2003), entre outros. 

No cinema, destacam-se os roteiros de Estação Carandiru (de Hector Babenco) e Cazuza – O Tempo Não Para (de Sandra Werneck e Walter Carvalho) - no teatro, as montagens de Apocalipse 1,11 (Teatro da Vertigem) e Arena Conta Danton (direção de Cibele Forjaz). Vencedor da bolsa de artes do DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio), com a qual viveu e escreveu em Berlin, em 1998. Desenvolveu, em parceria com Marçal Aquino - os seriados Força- Tarefa, O Caçador, Supermax e Carcereiros, para a Rede Globo de Televisão. 

Homenageados da feira 

A 18ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão terá como tema “As Histórias que os livros contam e as leituras que a gente faz” e será realizada de 20 a 27 de maio de 2018, com abertura oficial na noite do dia 19 de maio. Como em todos os anos, a feira fará homenagem a um país – e o escolhido foi Uruguai. Quanto aos autores celebrados, o escritor principal é Sérgio Buarque de Holanda. O autor educação escolhido é Antônio Candido; a autora infanto-juvenil é Marina Colasanti; autor local, Camilo Xavier, e a professora homenageada, Heloisa Martins Alves. Como patrono, a feira indicou o advogado Sérgio Roxo da Fonseca. 

Sobre a Fundação 

A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos. Trata-se de uma evolução da antiga Fundação Feira do Livro, criada em 2004, especialmente para realizar a Feira Nacional do Livro da cidade - hoje considerada a segunda maior feira a céu aberto do país, realizada tradicionalmente no mês de junho. 

Com uma trajetória sólida e projeção nacional e internacional, a entidade ganhou experiência e, atualmente, além da Feira, realiza muitos outros projetos ligados ao universo do livro e da leitura com calendário de atividade durante todo o ano. A Fundação se mantém com o apoio de mantenedores e patrocinadores, com recursos diretos e advindos das leis de incentivo, em especial do Pronac e do Proac. 

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