A arte popular brasileira ganha um livro


"Eu me ensinei: narrativas da criatividade popular brasileira" é ao mesmo tempo um livro de arte e um compêndio raro sobre a obra de 78 artistas autodidatas de todo o país. “Eu me ensinei sozinha”, frase cunhada por Izabel Mendes da Cunha, conhecida como Dona Izabel, representa, com clareza, a síntese da categoria que aglutina os artistas do livro. A obra será lançada no dia 7 de dezembro de 2017, às 18h30, na Livraria Martins Fontes – Avenida Paulista, 509, em São Paulo. 
Autoria e projeto editorial de Edna Matosinho de Pontes, a publicação bilíngue (português e inglês), 464 páginas, editada pela Via Impressa Edições de Arte, além de registrar a vida e obra dos artistas relacionados, traz um ensaio aprofundado sobre a questão da arte popular, de Ricardo Gomes de Lima, e texto de apresentação assinado por Fabio Magalhães. 

Com seu arsenal de conhecimento sobre essa expressão artística nacional, acumulado ao longo de 30 anos como estudiosa, colecionadora e galerista, Edna Pontes ilumina cada uma das linguagens que emergem de várias regiões do Brasil. Para reunir os depoimentos iniciados em 2014, a autora percorreu 12 Estados, do Norte ao Sudeste. Por meio de entrevistas in loco e de pesquisas sistemáticas, construiu a biografia dos principais nomes da produção popular brasileira do século XX e princípio do XXI, entre os quais Dona Izabel, Manuel Eudócio, Véio, J. Borges, Antônio de Dedé e Nilson Pimenta.

Segundo Edna Pontes, nenhuma peça de arte popular pode ser apreciada desvinculada do artista, de sua história e de seu meio. Por isso, destaca, o livro privilegia a narrativa dos artistas retratados, no lugar onde vivem e produzem, tomando-os como sujeitos de sua vida e de sua obra. “As narrativas dos artistas reunidas procuram tecer a trama e seguir os percursos da arte popular brasileira: as festas, o cotidiano, a religiosidade, as crenças, o erotismo, os temores – enfim, a vida celebrada, recriada e restaurada em múltiplos ângulos, com a riqueza da imaginação e com a limitação dos materiais disponíveis, a serviço de seu apurado saber fazer”, completa.

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