Carlos Motta
Bina e Gilberto são músicos experientes, que mergulharam de cabeça nas águas do manouche há alguns anos. Hoje, são considerados referências do estilo no país.
O disco de Bina Coquet, que leva o seu nome, além de músicas compostas por ele, traz outras, clássicos da MPB, como "Pagode Russo" (João Silva - Luiz Gonzaga), "Palpite Infeliz" (Noel Rosa), "Feijoada Completa" (Chico Buarque), "Doce de Coco" (Jacob do Bandolim), e "Alvorada" (Cartola - Carlos Cachaça), em arranjos capazes de entusiasmar tanto quem gosta dos ritmos brasileiros quanto os mais exigentes ouvintes do jazz cigano.
Gilberto de Syllos, professor de contrabaixo, história da música, teoria e percepção da Faculdade Berklee Souza Lima, em São Paulo, é também compositor e tem vestido o figurino do "Seo Manouche" nos seus trabalhos solo recentes.
O disco que lançou no começo do ano, "Cavaquinho de Itu", tem, além de uma versão cigana de "Com que Roupa" (Noel Rosa), músicas suas em parceria com o letrista Carlos Castelo, e abusa da criatividade e bom humor.
Anteriormente, ele já havia gravado um CD com as mesmas características deste último, com o intrigante título de "Já que tá que fique", uma das faixas do disco, que revisita a melodia do clássico russo "Olhos Negros" - não é todo mundo que sabe que a frase encerra o canto de guerra da torcida do XV de Novembro, time de futebol da cidade paulista de Piracicaba, considerada a capital brasileira do jazz manouche.
O clipe da música é imperdível:
Da mesma forma, o vídeo que Bina Coquet gravou do delicioso "Pagode Russo" mostra toda a sua criatividade:
Os dois são artistas que provam a excelência da música popular brasileira, de longe o melhor produto cultural do país.
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