Até a turma que apoia uma candidatura presidencial totalmente enquadrada no figurino neoliberal já descarta o nome do prefeito de São Paulo. "A ambição de João Doria prejudicou sua candidatura", disse Marco Antonio Teixeira, doutor em ciências políticas da FGV, em reunião do G100 Brasil.
Esse G100 Brasil é um "think tank" integrado por 100 empresários, presidentes e CEOs, mais 15 economistas e cientistas políticos, que se reúmem para discutir o cenário político e econômico do país.
O press release distribuído pela entidade diz que "durante a reunião, Teixeira apresentou um panorama sobre a janela partidária e os possíveis cenários eleitorais para 2018". Sua conclusão é que, "com pouco tempo e uma série de polêmicas envolvendo sua gestão, ainda é muito cedo para João Dória almejar uma candidatura à presidência".
O professor, diz o release, considera que o atual prefeito de São Paulo cometeu uma série de erros que o enfraqueceram perante a cúpula do PSDB. "Uma candidatura presidencial é um projeto coletivo, que envolve uma negociação. Ambicionar um novo cargo pode gerar um desgaste gigantesco nas alianças e dívidas partidárias", comentou.
Outro fato que teria prejudicado o prefeito na disputa, segundo o cientista social, é a queda da popularidade nos últimos meses (segundo o Datafolha, diminuiu 9 pontos em setembro). "A situação não está favorável, uma vez que a gestão dele está mal avaliada e as pessoas não reagem da forma como se esperava. São vários os problemas que contribuem para esta situação, tem a Cracolândia, tem as viagens, mas o principal deles foi se deixar levar por um projeto sem pensar que ele faz parte de um partido."
Teixeira disse ainda que o melhor para a carreira de Doria seria completar o mandato como prefeito. Desse modo, o atual governador do Estado de São Paulo seria o provável nome para a candidatura tucana. "Querendo ou não, o Doria não possui uma trajetória que o permita ser uma grande liderança nacional. Pelo contrário, ele se tornou prefeito pela mão do governador Geraldo Alckmin."
Para o professor, no último ano, Alckmin se afastou dos holofotes para voltar à luta partidária. Ganhou força, retomou o prestígio e, hoje, figura como o principal representante do PSDB. "É um nome quase consensual para o PSDB. Hoje, não há no partido uma liderança com a capacidade e projeção igual a dele, sem que tenha que prestar contas para a sociedade."
Quase todos os politicos atuais, saltaram de para-quedas na vida nacional. Doria, com toda sua elegância, tentou aterrizar de asa-delta na Presidência. Só que a curriola profissa, desligou o vento, e a asa-delta dele aterrizou no terreno baldio. Uma pena, prezado Motta. Mas como disse o macaco velho Mesóclise: no Brasil, "é um, querendo derrubar o outro." Por essas e outras que nem de bicicreta eu ando. Nem morto.
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