Carlos Motta
A polícia brasileira, como é notório, não se destaca pelos métodos científicos que usa para investigar os crimes.
Depende, muitas vezes, de informações colhidas de informantes, dedos-duros e alcaguetas para chegar aos criminosos.
Num Estado ditatorial, como a Alemanha nazista, por exemplo, o delator tinha um papel fundamental para a manutenção do status quo.
Por meio deles, além dos criminosos comuns, também os inimigos do Estado eram perseguidos, presos - e eliminados.
Bastava um telefonema, anônimo, para que a polícia política fosse atrás do pobre coitado denunciado, que, ao contrário do usual no direito desde séculos, tinha de provar a sua inocência.
Claro que mutos desses "anônimos" aproveitavam a ocasião para destruir inimigos, concorrentes, desafetos.
Bastava apontar o dedo para eles, apontá-los como subversivos, terroristas, comunistas, homossexuais, ateus, gordos, magros, altos, baixos, corintianos, palmeirenses, loiros ou morenos, qualquer coisa, enfim, que não se adequasse à ideologia dominante.
Num Estado policial desse tipo ninguém, absolutamente ninguém, nem os amigos do rei, está a salvo da arbitrariedade, da violência, da tortura, do assassinato - e das vilanias de um alcagueta.
Felizmente, neste Brasil Novo, as instituições estão funcionando, a Justiça é para todos, e ninguém está acima das leis.
Vamos ver se alguma autoridade vai tomar providências. Se não, estamos todos nós Brasileiros, pagando impostos para sermos chantageados e sob ameaça do Estado. O que é isso? Declaração de guerra ao Povo?
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