Quando eu era mais jovem, muito tempo atrás, gostava de me meter em polêmicas, adorava uma boa discussão.
Com o passar dos anos fui perdendo o gosto por essas contendas.
Hoje, não perco o meu tempo tentando mudar a opinião de ninguém.
Cheguei a conclusão de que isso é uma tremenda bobagem, perda de tempo, esforço inútil.
Da mesma forma que, dificilmente, alguém vai me fazer acreditar que o Rogério Ceni foi um goleiro melhor que o Marcos, ou que, em nossa sociedade pré-capitalista, quase escravocrata, o sucesso individual se deve à meritocracia, eu jamais vou fazer a cabeça do sujeito que é fã do Bolsonaro, muito menos daquele que obedece o seu "pastor" e paga a ele, com a inocência de um bebê, um dízimo que vai lhe assegurar prosperidade neste mundo e um lugar na primeira fila do paraíso.
Sigo a linha de pensamento de José Saramago, notável escritor e ser humano admirável, que certa feita, disse, numa entrevista, algo que ratificou o meu desinteresse em persuadir alguém a pensar como eu: "Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro."
Por essas e outras, encaro com naturalidade o resultado destas eleições municipais, apesar de lamentar muitas das opções feitas pelos eleitores.
Mas fazer o quê?
Cada um pensa como quer, cada um faz as escolhas que julga melhor.
O eleitor brasileiro, na média, segue o padrão do brasileiro: é ignorante, no sentido de ter informação mínima sobre o mundo em que vive, e de pouca inteligência, muitas vezes incapaz até de relacionar causa-efeito, ou de pensar logicamente.
Ocorre que ele é ignorante por opção, pois hoje em dia são inúmeros os meios de se informar, de se educar e de evoluir cultural e intelectualmente.
E se ele é burro, sinto muito, mas isso não tem conserto: vai puxar carroça o resto da vida.
Uma campanha eleitoral é uma oportunidade ímpar para as pessoas exercerem sua cidadania, refletirem sobre o que é melhor para a sociedade em que vivem, se manifestarem sobre que vida querem para elas e para as gerações futuras.
Mas se elas optam por jogar fora seu voto, votam em benefício próprio, elegem seus inimigos de classe, ou mesmo trocam um bom projeto de governo por uma manifestação de ódio e preconceito, isso é problema delas.
Não é voz corrente que os homens são responsáveis pelos seus atos?
(Carlos Motta)
Toda razão. O Brasil,hora anda pra frente, hora anda pra trás. Os pobres empacados são espertamente manipulados, e lá se vão os avanços, e lá se vem os ladrões. Difícil. Arregacemos as mangas e mãos à obra, pra frente é que se anda(as vezes).
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