Bancários de todo o país param a partir desta terça-feira (6 de setembro), por tempo indeterminado. A categoria entregou pauta com as reivindicações no dia 9 de agosto e, depois de cinco rodadas de negociação com a federação dos bancos (Fenaban), não houve acordo para o índice de reajuste e demais reivindicações.
Os bancários reivindicam índice de 14,78% (aumento real de 5%) e bancos propõem 6,5% (o que representa perda real de 2,8%, de acordo com a inflação de 9,57%), além de abono de R$ 3 mil. Pela proposta, na prática, os bancários teriam redução salarial.
“A proposta da Fenaban retoma a política de reajuste rebaixado, que nos anos 90 trouxe perdas enormes à categoria. A defesa do emprego é uma das prioridades da Campanha 2016. Tivemos, entre janeiro a julho, o fechamento de mais de 7 mil postos de trabalho, 35% a mais do que o mesmo período do ano passado. Além da rotatividade, o setor também segue contratando o trabalhador com salario em média 45% menor. Você acha justificável que o setor mais lucrativo do país demita milhares de trabalhadores para reduzir custos? E ainda prometem demitir mais este ano”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos bancários. “Esperamos que a Fenaban volte para a mesa de negociação e apresente proposta que possa ser aceita pelos bancários”.
Durante esse período, os caixas de autoatendimento vão continuar funcionando para atender a população. O direito de greve está previsto na Constituição Federal e estabelece algumas exigências, como a publicação de aviso de greve em jornal de grande circulação. O Comando Nacional dos Bancários também encaminhou às instituições financeiras o calendário até a deflagração da greve (por lei, a greve deve ser aprovada em assembleia dos trabalhadores e, após isso, comunicada ao empregador com antecedência de 72 horas): assembleia nos dias 1º e 5, com paralisação a partir do dia 6. Essas determinações da lei foram rigorosamente seguidas pelo sindicato. Para o empregador, a Lei de Greve proíbe a dispensa de trabalhadores ou a contratação de funcionários substitutos durante a greve.
Setor bancário tem lucro bilionário
Não há crise para o setor bancário. O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos seis primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 29,7 bilhões. Dos 25 setores com empresas de capital aberto avaliados pela Consultoria Economatica o setor bancário foi o de maior lucratividade no primeiro trimestre deste ano. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 8,7% atingindo o valor de R$ 55 bilhões. Apesar dos lucros bilionários o banco vem reduzindo a participação dos trabalhadores na riqueza gerada por eles mesmos. Entre 1999 e 2006 a parcela do valor adicionado nos bancos destinado a seus trabalhadores era de 46% e entre 2007 e 2014 tal parcela caiu para 39%. Por outro lado o percentual destinado aos acionistas subiu de 29% para 36%
Enquanto propõem perda real de 2,8% para a categoria bancária, os bancos praticam elevada política de remuneração para seus altos executivos. Em 2014 e 2015 os bancários tiveram ganho real acumulado de 2,1%, e a proposta atual faz a remuneração da categoria regredir mais de dois anos. A remuneração total anual média de um diretor executivo do Itaú, por exemplo, em 2016 será de R$ 12,5 milhões, no Santander R$ 7 milhões e no Bradesco R$ 5,3 milhões, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Um executivo do Itaú recebe anualmente 255 vezes o valor da remuneração anual de um escriturário, considerando salário, tíquete refeição, alimentação e PLR. No Santander a diferença é de 145 vezes e no Bradesco 110 vezes.
Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São cerca de 512 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Representa trabalhadores dos bancos públicos e privados que atuam nos seguintes municípios: São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Caucaia do Alto, Cotia, Embu, Embu Guaçu, Itapecerica da Serra, Itapevi, Jandira, Juquitiba, Pirapora do Bom Jesus, Santana do Parnaíba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista.
Nos últimos 12, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2015 de 20,85% e 42,1% no piso.
Principais reivindicações Campanha Nacional Unificada 2016:
• Reajuste Salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real, com inflação de 9,31%
• PLR – três salários mais R$ 8.297,61
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24)
• Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá – Salário Mínimo Nacional (R$ 880)
• 14º salário;
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários;
• Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho
• Melhores condições de trabalho nas agências digitais
• Mais segurança nas agências bancárias
• Auxílio-educação
(Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região)
Os bancários reivindicam índice de 14,78% (aumento real de 5%) e bancos propõem 6,5% (o que representa perda real de 2,8%, de acordo com a inflação de 9,57%), além de abono de R$ 3 mil. Pela proposta, na prática, os bancários teriam redução salarial.
“A proposta da Fenaban retoma a política de reajuste rebaixado, que nos anos 90 trouxe perdas enormes à categoria. A defesa do emprego é uma das prioridades da Campanha 2016. Tivemos, entre janeiro a julho, o fechamento de mais de 7 mil postos de trabalho, 35% a mais do que o mesmo período do ano passado. Além da rotatividade, o setor também segue contratando o trabalhador com salario em média 45% menor. Você acha justificável que o setor mais lucrativo do país demita milhares de trabalhadores para reduzir custos? E ainda prometem demitir mais este ano”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos bancários. “Esperamos que a Fenaban volte para a mesa de negociação e apresente proposta que possa ser aceita pelos bancários”.
Durante esse período, os caixas de autoatendimento vão continuar funcionando para atender a população. O direito de greve está previsto na Constituição Federal e estabelece algumas exigências, como a publicação de aviso de greve em jornal de grande circulação. O Comando Nacional dos Bancários também encaminhou às instituições financeiras o calendário até a deflagração da greve (por lei, a greve deve ser aprovada em assembleia dos trabalhadores e, após isso, comunicada ao empregador com antecedência de 72 horas): assembleia nos dias 1º e 5, com paralisação a partir do dia 6. Essas determinações da lei foram rigorosamente seguidas pelo sindicato. Para o empregador, a Lei de Greve proíbe a dispensa de trabalhadores ou a contratação de funcionários substitutos durante a greve.
Setor bancário tem lucro bilionário
Não há crise para o setor bancário. O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos seis primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 29,7 bilhões. Dos 25 setores com empresas de capital aberto avaliados pela Consultoria Economatica o setor bancário foi o de maior lucratividade no primeiro trimestre deste ano. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 8,7% atingindo o valor de R$ 55 bilhões. Apesar dos lucros bilionários o banco vem reduzindo a participação dos trabalhadores na riqueza gerada por eles mesmos. Entre 1999 e 2006 a parcela do valor adicionado nos bancos destinado a seus trabalhadores era de 46% e entre 2007 e 2014 tal parcela caiu para 39%. Por outro lado o percentual destinado aos acionistas subiu de 29% para 36%
Enquanto propõem perda real de 2,8% para a categoria bancária, os bancos praticam elevada política de remuneração para seus altos executivos. Em 2014 e 2015 os bancários tiveram ganho real acumulado de 2,1%, e a proposta atual faz a remuneração da categoria regredir mais de dois anos. A remuneração total anual média de um diretor executivo do Itaú, por exemplo, em 2016 será de R$ 12,5 milhões, no Santander R$ 7 milhões e no Bradesco R$ 5,3 milhões, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Um executivo do Itaú recebe anualmente 255 vezes o valor da remuneração anual de um escriturário, considerando salário, tíquete refeição, alimentação e PLR. No Santander a diferença é de 145 vezes e no Bradesco 110 vezes.
Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São cerca de 512 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Representa trabalhadores dos bancos públicos e privados que atuam nos seguintes municípios: São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Caucaia do Alto, Cotia, Embu, Embu Guaçu, Itapecerica da Serra, Itapevi, Jandira, Juquitiba, Pirapora do Bom Jesus, Santana do Parnaíba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista.
Nos últimos 12, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2015 de 20,85% e 42,1% no piso.
Principais reivindicações Campanha Nacional Unificada 2016:
• Reajuste Salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real, com inflação de 9,31%
• PLR – três salários mais R$ 8.297,61
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24)
• Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá – Salário Mínimo Nacional (R$ 880)
• 14º salário;
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários;
• Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho
• Melhores condições de trabalho nas agências digitais
• Mais segurança nas agências bancárias
• Auxílio-educação
(Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região)
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