A crise não é bem assim como dizem os títulos das notícias: as vendas do comércio varejista em maio caíram, segundo a gente lê nas manchetes, 1,0% em relação a abril - mas em volume, pois houve estabilidade (-0,1%) na variação da receita nominal. Na média móvel trimestral, o volume de vendas apresentou variação negativa de 0,5%, mas a receita nominal aumentou 0,2%. E no ano, as vendas, em volume, caíram 7,3%, mas subiram 4,2% em receita.
Que coisa, não?
Em outras palavras, os comerciantes vendem menos em volume porque aumentam os preços de seus produtos, mas na soma final, acabam tendo lucro.
Coisas do capitalismo brasileiro.
E do péssimo e primário jornalismo econômico que é feito por aqui.
A íntegra do release do IBGE vai na sequência.
É praticamente o mesmo que está em todos os portais de notícias...
Em maio, vendas do varejo caem (-1,0%)
Em maio de 2016, o Comércio Varejista nacional registrou variação de -1,0% no volume de vendas em relação ao mês imediatamente anterior, na série ajustada sazonalmente. Nesta mesma comparação, a variação da receita nominal permaneceu praticamente estável (-0,1%), evidenciando uma compensação pela elevação de preços em curso. Quanto à média móvel trimestral, o volume de vendas voltou a registrar variação negativa de 0,5%, enquanto a receita nominal apresentou certa estabilidade (0,2%). Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional apresentou, em termos de volume de vendas, decréscimo de 9,0% sobre maio do ano anterior, sendo esse o 14º resultado negativo consecutivo. Com isso, o varejo acumula recuos de -7,3%, nos cinco primeiros meses do ano, e de -6,5%, nos últimos 12 meses. Para as mesmas comparações, a receita nominal de vendas apresentou variação de 2,2%, 4,2% e de 3,2%, respectivamente.
O Comércio Varejista Ampliado, que inclui além do varejo as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, permaneceu em queda sobre o mês imediatamente anterior (-0,4%) pelo terceiro mês consecutivo, na série com ajuste sazonal, período que acumulou uma perda 3,1%. No caso da receita nominal a variação foi de 0,6%, voltando a ser positiva após duas quedas consecutivas. Em relação a maio de 2016, foram registradas variações de -10,2%, para o volume de vendas, e de -2,1%, na receita nominal de vendas. Para os resultados acumulados, as taxas foram de -9,5%, no ano, e de -9,7%, nos últimos 12 meses, para o volume de vendas, e de -0,9% e -1,8%, para a receita nominal.
Seis das oito atividades pesquisadas no varejo apresentaram queda
A queda no volume das vendas no varejo, na passagem de abril para maio (-1,0%), na série com ajuste sazonal, foi acompanhada por seis das oito atividades que compõem o comércio varejista, com destaque para os recuos em Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,4%) e Móveis e eletrodomésticos (-1,3%). Outras contribuições negativas relevantes, em maio de 2016, foram observadas nos segmentos de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,8%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,4%) e, com menor impacto, o recuo nas vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,7%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,0%).
Por outro lado, entre abril e maio de 2016, vale citar a estabilidade nas vendas em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,0%), setor de maior peso no índice geral do varejo, que repetiu o patamar de vendas observado no mês imediatamente anterior e o crescimento de 1,5% nas vendas de Tecidos, vestuário e calçados, nesse mesmo período. O comércio varejista ampliado, ainda na série ajustada sazonalmente, mantém variação negativa para o volume de vendas entre abril e maio de 2016 (-0,4%), porém menos acentuada do que a registrada em abril último (-1,5%). Essa redução no ritmo de queda foi particularmente influenciada pelo desempenho do segmento de Veículos e motos, partes e peças que, após dois recuos seguidos acumulando uma perda de 7,7%, avança 1,0% frente a abril, enquanto Material de construção permanece em queda, com variação de -0,4% nessa mesma comparação.
Na comparação frente a maio de 2015 (série sem ajuste), considerando o volume de vendas, todas as atividades registraram variações negativas, mesmo considerando a diferença de um dia útil a mais em maio de 2016 (21 dias), em relação a maio de 2015 (20 dias). Por ordem de contribuição negativa à taxa global (-9,0%), os resultados foram os seguintes: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios bebidas e fumo (-5,6%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-15,5%); Móveis e eletrodomésticos (-14,6%); Combustíveis e lubrificantes (-10,9%); Tecidos, vestuário e calçados (-13,5%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,6%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-14,4%); e Livros, jornais, revistas e papelaria (-24,2%).
(Carlos Motta)
Que coisa, não?
Em outras palavras, os comerciantes vendem menos em volume porque aumentam os preços de seus produtos, mas na soma final, acabam tendo lucro.
Coisas do capitalismo brasileiro.
E do péssimo e primário jornalismo econômico que é feito por aqui.
A íntegra do release do IBGE vai na sequência.
É praticamente o mesmo que está em todos os portais de notícias...
Em maio, vendas do varejo caem (-1,0%)
Em maio de 2016, o Comércio Varejista nacional registrou variação de -1,0% no volume de vendas em relação ao mês imediatamente anterior, na série ajustada sazonalmente. Nesta mesma comparação, a variação da receita nominal permaneceu praticamente estável (-0,1%), evidenciando uma compensação pela elevação de preços em curso. Quanto à média móvel trimestral, o volume de vendas voltou a registrar variação negativa de 0,5%, enquanto a receita nominal apresentou certa estabilidade (0,2%). Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional apresentou, em termos de volume de vendas, decréscimo de 9,0% sobre maio do ano anterior, sendo esse o 14º resultado negativo consecutivo. Com isso, o varejo acumula recuos de -7,3%, nos cinco primeiros meses do ano, e de -6,5%, nos últimos 12 meses. Para as mesmas comparações, a receita nominal de vendas apresentou variação de 2,2%, 4,2% e de 3,2%, respectivamente.
O Comércio Varejista Ampliado, que inclui além do varejo as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, permaneceu em queda sobre o mês imediatamente anterior (-0,4%) pelo terceiro mês consecutivo, na série com ajuste sazonal, período que acumulou uma perda 3,1%. No caso da receita nominal a variação foi de 0,6%, voltando a ser positiva após duas quedas consecutivas. Em relação a maio de 2016, foram registradas variações de -10,2%, para o volume de vendas, e de -2,1%, na receita nominal de vendas. Para os resultados acumulados, as taxas foram de -9,5%, no ano, e de -9,7%, nos últimos 12 meses, para o volume de vendas, e de -0,9% e -1,8%, para a receita nominal.
Seis das oito atividades pesquisadas no varejo apresentaram queda
A queda no volume das vendas no varejo, na passagem de abril para maio (-1,0%), na série com ajuste sazonal, foi acompanhada por seis das oito atividades que compõem o comércio varejista, com destaque para os recuos em Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,4%) e Móveis e eletrodomésticos (-1,3%). Outras contribuições negativas relevantes, em maio de 2016, foram observadas nos segmentos de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,8%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,4%) e, com menor impacto, o recuo nas vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,7%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,0%).
Por outro lado, entre abril e maio de 2016, vale citar a estabilidade nas vendas em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,0%), setor de maior peso no índice geral do varejo, que repetiu o patamar de vendas observado no mês imediatamente anterior e o crescimento de 1,5% nas vendas de Tecidos, vestuário e calçados, nesse mesmo período. O comércio varejista ampliado, ainda na série ajustada sazonalmente, mantém variação negativa para o volume de vendas entre abril e maio de 2016 (-0,4%), porém menos acentuada do que a registrada em abril último (-1,5%). Essa redução no ritmo de queda foi particularmente influenciada pelo desempenho do segmento de Veículos e motos, partes e peças que, após dois recuos seguidos acumulando uma perda de 7,7%, avança 1,0% frente a abril, enquanto Material de construção permanece em queda, com variação de -0,4% nessa mesma comparação.
Na comparação frente a maio de 2015 (série sem ajuste), considerando o volume de vendas, todas as atividades registraram variações negativas, mesmo considerando a diferença de um dia útil a mais em maio de 2016 (21 dias), em relação a maio de 2015 (20 dias). Por ordem de contribuição negativa à taxa global (-9,0%), os resultados foram os seguintes: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios bebidas e fumo (-5,6%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-15,5%); Móveis e eletrodomésticos (-14,6%); Combustíveis e lubrificantes (-10,9%); Tecidos, vestuário e calçados (-13,5%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,6%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-14,4%); e Livros, jornais, revistas e papelaria (-24,2%).
(Carlos Motta)
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