Ser jovem e mulher representa dupla barreira para conseguir emprego

Estudo da Organização Internacional do Trabalho discute experiências dos jovens (de 15 a 29 anos) no mundo do trabalho. Com base em pesquisas de transição escola-trabalho (SWTS, sigla em inglês) de 32 países em desenvolvimento (incluindo o Brasil) entre 2012 e 2015, o relatório conclui que ser jovem e mulher são duas barreiras na busca de emprego.

Quanto à questão de gênero, segundo o relatório, em todo o mundo a taxa de participação da força de trabalho de homens jovens permanecem 16 pontos percentuais maior do que a de mulheres jovens em 2014. Se tornar pai/mãe exacerba as lacunas, empurrando os jovens para o emprego e as mulheres jovens para fora do mercado de trabalho. As disparidades de gênero ainda se expressam em taxas de desemprego, taxas de informalidade e níveis de subutilização do trabalho.

O relatório mostra que nem o crescimento econômico ou o aumento do investimento na educação das mulheres por si só podem aumentar a igualdade de gênero. Por exemplo, nas regiões onde as disparidades de gênero na taxa de participação da força de trabalho dos jovens permanecem entre as mais altas (como América Latina e Caribe e no Oriente Médio e Norte da África), a percentagem de mulheres jovens com um diploma de ensino superior supera o de homens.

A igualdade de gênero é benéfica em termos de maior poder de decisão e autonomia para as mulheres e também em termos de redução da fertilidade e maior renda familiar. Também existem evidências para demonstrar como a igualdade de gênero aumenta o crescimento da produtividade. (Ana Luíza Matos de Oliveira, economista/Fundação Perseu Abramo)

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