O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística voltou a perder força, confirmando a sua tendência de queda e atingindo 0,35% em junho. Esta queda, tradicional para este período do ano, fez com que o acumulado do IPCA no ano alcance 4,42%, com o acumulado em doze meses recuando para 8,84%. Apesar dos resultados serem melhores do que os observados em junho de 2015, é quase certo que a inflação acumulada em 2016 supere novamente o teto da meta, sobretudo devido a forte influência da alta de alguns preços administrados e o patamar de desvalorização do real vista no inicio do ano.
Inflação Mensal (IPCA)
Fonte: IBGE
Do ponto de vista da composição, o grupo alimento e bebidas segue sendo o que mais pressionou o índice em junho, subindo 0,71% no mês (perante 0,78% em maio) e contribuindo com 0,18 pontos do IPCA total, com destaque para o aumento no preço do feijão (41,78%), leite (10,16%), manteiga (6,36%) e chocolate (5,20%). Outro custo que apresentou desaceleração foi o grupo habitação, que apesar de ainda sentir os efeitos do aumento das tarifas de água e esgoto, passou de 1,79% para 0,63%. A inflação de serviços, por sua vez, segue o caminho de suavização, tendo registrado alta de 0,33% em junho e acumulando elevação de 7,02% nos últimos doze meses. Este indicador é importante, uma vez que a inflação de serviços vinha sendo uma das mais resistentes à queda, sendo muito ligada ao mercado de trabalho (apesar de também sofrer influência de alimentos, no caso de alimentação fora do domicilio). Sua desaceleração é um reflexo da recessão econômica, que atingiu os empregos do setor.
A mensagem do atual presidente do Banco Central, de que irá perseguir o centro da meta de inflação em 2017, nos leva a crer que a taxa de juros será mantida elevada por mais tempo, pressionando pela valorização da taxa de câmbio como instrumento de combate à inflação. Ao mesmo tempo, o BC deu sinais de que o valor de R$ 3,20 será o piso para a cotação do real, abrindo pouco espaço para este instrumento clássico de queda dos preços.
Desta forma, apenas a continuidade da recessão em 2017, como recentemente prevista por alguns analistas econômicos, será capaz de trazer a inflação para dentro do centro da meta, ao custo do aumento do desemprego, da queda da renda e da deterioração fiscal do Estado brasileiro. (Guilherme Mello e Igor Rocha, economistas/Fundação Perseu Abramo)
Inflação Mensal (IPCA)
Fonte: IBGE
Do ponto de vista da composição, o grupo alimento e bebidas segue sendo o que mais pressionou o índice em junho, subindo 0,71% no mês (perante 0,78% em maio) e contribuindo com 0,18 pontos do IPCA total, com destaque para o aumento no preço do feijão (41,78%), leite (10,16%), manteiga (6,36%) e chocolate (5,20%). Outro custo que apresentou desaceleração foi o grupo habitação, que apesar de ainda sentir os efeitos do aumento das tarifas de água e esgoto, passou de 1,79% para 0,63%. A inflação de serviços, por sua vez, segue o caminho de suavização, tendo registrado alta de 0,33% em junho e acumulando elevação de 7,02% nos últimos doze meses. Este indicador é importante, uma vez que a inflação de serviços vinha sendo uma das mais resistentes à queda, sendo muito ligada ao mercado de trabalho (apesar de também sofrer influência de alimentos, no caso de alimentação fora do domicilio). Sua desaceleração é um reflexo da recessão econômica, que atingiu os empregos do setor.
A mensagem do atual presidente do Banco Central, de que irá perseguir o centro da meta de inflação em 2017, nos leva a crer que a taxa de juros será mantida elevada por mais tempo, pressionando pela valorização da taxa de câmbio como instrumento de combate à inflação. Ao mesmo tempo, o BC deu sinais de que o valor de R$ 3,20 será o piso para a cotação do real, abrindo pouco espaço para este instrumento clássico de queda dos preços.
Desta forma, apenas a continuidade da recessão em 2017, como recentemente prevista por alguns analistas econômicos, será capaz de trazer a inflação para dentro do centro da meta, ao custo do aumento do desemprego, da queda da renda e da deterioração fiscal do Estado brasileiro. (Guilherme Mello e Igor Rocha, economistas/Fundação Perseu Abramo)
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