A atuação de Temer e Cunha para sobreviver nos cargos

Corroborando sua natureza golpista, o vice-presidente em exercício, Michel Temer, vem atuando fortemente para garantir os 54 votos necessários no Senado, para sua efetivação no cargo. Recebeu na noite de domingo, 26/6, no Palácio do Jaburu, o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para uma avaliação do quadro político atual. Segundo seus assessores, a reunião teria ocorrido por iniciativa de Cunha. 

A despeito de que, com mandato suspenso, Cunha não pode tratar de assuntos da gestão institucional e está, inclusive, proibido de frequentar a Câmara, para evitar que tente interferir no processo de sua cassação, Temer o recebeu com o objetivo de tratar da  sucessão da Presidência da Câmara.

Antes disso, no dia 23/6, Eduardo Cunha apresentou à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) recurso contra a decisão do Conselho favorável à cassação de seu mandato, pedindo sua nulidade baseado em argumentos como o cerceamento de seu direito de defesa; a troca de partido do deputado Marcos Rogério (RO) do PDT para o DEM, do mesmo bloco que o PMDB de Cunha, o que impediria que fosse relator; o acréscimo de novas denúncias sobre contas no exterior no processo de cassação; a parcialidade do presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PR-BA); e a votação nominal do parecer do relator, que poderia gerar o chamado efeito manada.

Se a CCJ acatar o recurso de Eduardo Cunha, o processo retornará ao Conselho de Ética. Se não for acatado, o parecer do conselho segue para a mesa diretora, onde terá preferência sobre os demais projetos, podendo trancar a pauta. (Vilma Bokany, socióloga/Fundação Perseu Abramo)

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