O conto do vigário do "Estado mínimo"

O "Estado mínimo" defendido pelos golpistas como contraponto ao modelo social-democrata que os trabalhistas estavam instalando no Brasil, se posto em prática, significa o início de uma era de misérias para a quase totalidade da população brasileira.

Não seriam apenas os pobres que sofreriam com a saída do Estado de suas funções reguladoras do mercado e da responsabilidade de prover educação e saúde universais, além de administrar um gigantesco sistema de aposentadorias, uma sofisticada burocracia e a manutenção de inúmeros projetos sociais.

A classe média, essa que caiu com maior facilidade no conto de vigário dos neoliberais, também seria reduzida a pó.

Se hoje, com o Estado bancando, mal e mal que seja, e um sistema de saúde para mais de 200 milhões de pessoas, o nosso típico classe média sofre para fazer seu orçamento caber no mês, imagine ele tendo de bancar essas "pequenas" coisas que o Estado tem bancado. 

O tal Estado mínimo vai favorecer apenas aqueles que sempre estiveram no topo da pirâmide social, aqueles que controlam os meios de produção, que se sentirão liberados para explorar ainda mais a mão de obra farta e barata que o país oferece.

Os empresários brasileiros, com toda a legislação que têm de obedecer, ainda vivem na fase pré-capitalista. 

Quando pedem menos impostos, não é para baratear seus produtos ou serviços, ou para contratar mais trabalhadores.

É, simplesmente, para aumentar seus lucros - pessoais, não de suas empresas.

Quem cai na conversa dessa gente revela uma ingenuidade absoluta.

Ou uma ignorância que mostra quão infantil é a nossa sociedade, que é ludibriada com extrema facilidade por charlatães de todos os tipos.

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