O jornalista Luis Nassif terminou o seu último artigo sobre o cenário político nacional indagando por que o PT não questionou, até agora, no STF, a inconstitucionalidade flagrante do processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff, "preferindo estratégias ridículas com o deputado Waldir Maranhão, presidente interino da casa, e com um mandado de segurança que, segundo muitos juristas, teria escassa possibilidade de passar?"
Ele responde a essa questão colocando na mesa das possibilidades uma abordagem inédita da confusão provocada pelos golpistas no país:
"Uma das hipóteses é pretender não dar tanta força ao Supremo, chamando-o para apreciar o mérito.
"O motivo mais lógico é que um presidente interino interessaria ao PT em 2018. Consolidar-se-ia a noção da ilegalidade, recuperaria a imagem de Dilma, como vítima de um golpe, e deixaria o partido livre para reagrupar forças e preparar-se para 2018 confiando no fracasso de Temer."
Quem já brincou com um tabuleiro de xadrez sabe do que o jornalista está falando.
O xadrez, como sabem, é um jogo de estratégia, no qual um bom início de partida é fundamental.
Uma das aberturas mais famosas é o "gambito".
O gambito é uma armadilha que um dos jogadores arma para o adversário: entrega uma peça importante para, com isso, obter uma posição territorial favorável.
O gambito da dama é o mais famoso de todos, justamente porque a peça sacrificada é a mais poderosa do jogo.
O recuo estratégico também é um dos ardis mais usados na história das guerras: um dos exércitos chama o outro para uma armadilha.
Pode, por exemplo, permitir um avanço territorial aparentemente fácil, mas que, na verdade, vai além da capacidade de suprimentos do inimigo.
As tropas avançam tanto que não conseguem mais formar uma linha defensiva sólida.
Os manjados golpes de estelionatários se utilizam da mesma lógica: o sujeito oferece à vítima um bilhete de loteria que teria sido premiado, mas que não pode resgatar por mil e uma razões, e pede em troca dessa fortuna apenas uma certa importância.
Poucos resistem à tentação de ganhar uma bolada assim tão facilmente...
No caso desta ofensiva da direita para destruir a jovem democracia brasileira, com uma estratégia altamente sofisticada, alicerçada por imensos recursos - muito dinheiro, a cooptação de grande parte das instituições, o apoio total da mídia -, seria muito difícil, praticamente impossível, que um governo de fraca sustentação parlamentar, sem nenhum acesso aos meios de comunicação, e distante dos interesses dos plutocratas, conseguisse vencer a maior batalha de todas, essa do processo de impedimento da presidenta.
Com a sua imagem altamente danificada, o que restava então ao PT, a agremiação responsável pela ascensão da esquerda ao poder central?
Gastar todas as energias numa batalha que todos sabiam que estava perdida, ou oferecer ao inimigo a dama, em troca de uma posição mais confortável no tabuleiro, capaz de proporcionar, no futuro, uma contraofensiva poderosa?
Um dos maiores defeitos de nós, pessoas comuns, é tentar compreender o mundo pelos nossos olhos - de pessoas comuns.
A política "pesada", essa praticada por profissionais, gente que se dedica a ela 24 horas por dia, é um outro mundo, do qual nós só conhecemos uma ínfima parte.
O fato é que a guerra pelo poder no Brasil apenas começou.
Muitas batalhas ainda estão por vir.
E, como a direita está cansada de saber, a esquerda, por menor que seja, por mais fraca que esteja, sempre foi um oponente muito aguerrido e, na maior parte das vezes, muito competente. (Carlos Motta)
Ele responde a essa questão colocando na mesa das possibilidades uma abordagem inédita da confusão provocada pelos golpistas no país:
"Uma das hipóteses é pretender não dar tanta força ao Supremo, chamando-o para apreciar o mérito.
"O motivo mais lógico é que um presidente interino interessaria ao PT em 2018. Consolidar-se-ia a noção da ilegalidade, recuperaria a imagem de Dilma, como vítima de um golpe, e deixaria o partido livre para reagrupar forças e preparar-se para 2018 confiando no fracasso de Temer."
Quem já brincou com um tabuleiro de xadrez sabe do que o jornalista está falando.
O xadrez, como sabem, é um jogo de estratégia, no qual um bom início de partida é fundamental.
Uma das aberturas mais famosas é o "gambito".
O gambito é uma armadilha que um dos jogadores arma para o adversário: entrega uma peça importante para, com isso, obter uma posição territorial favorável.
O gambito da dama é o mais famoso de todos, justamente porque a peça sacrificada é a mais poderosa do jogo.
O recuo estratégico também é um dos ardis mais usados na história das guerras: um dos exércitos chama o outro para uma armadilha.
Pode, por exemplo, permitir um avanço territorial aparentemente fácil, mas que, na verdade, vai além da capacidade de suprimentos do inimigo.
As tropas avançam tanto que não conseguem mais formar uma linha defensiva sólida.
Os manjados golpes de estelionatários se utilizam da mesma lógica: o sujeito oferece à vítima um bilhete de loteria que teria sido premiado, mas que não pode resgatar por mil e uma razões, e pede em troca dessa fortuna apenas uma certa importância.
Poucos resistem à tentação de ganhar uma bolada assim tão facilmente...
No caso desta ofensiva da direita para destruir a jovem democracia brasileira, com uma estratégia altamente sofisticada, alicerçada por imensos recursos - muito dinheiro, a cooptação de grande parte das instituições, o apoio total da mídia -, seria muito difícil, praticamente impossível, que um governo de fraca sustentação parlamentar, sem nenhum acesso aos meios de comunicação, e distante dos interesses dos plutocratas, conseguisse vencer a maior batalha de todas, essa do processo de impedimento da presidenta.
Com a sua imagem altamente danificada, o que restava então ao PT, a agremiação responsável pela ascensão da esquerda ao poder central?
Gastar todas as energias numa batalha que todos sabiam que estava perdida, ou oferecer ao inimigo a dama, em troca de uma posição mais confortável no tabuleiro, capaz de proporcionar, no futuro, uma contraofensiva poderosa?
Um dos maiores defeitos de nós, pessoas comuns, é tentar compreender o mundo pelos nossos olhos - de pessoas comuns.
A política "pesada", essa praticada por profissionais, gente que se dedica a ela 24 horas por dia, é um outro mundo, do qual nós só conhecemos uma ínfima parte.
O fato é que a guerra pelo poder no Brasil apenas começou.
Muitas batalhas ainda estão por vir.
E, como a direita está cansada de saber, a esquerda, por menor que seja, por mais fraca que esteja, sempre foi um oponente muito aguerrido e, na maior parte das vezes, muito competente. (Carlos Motta)
O problema é que se prenderem Lula, não haverá chance em 2018. E alguém tem dúvida de que vão prendê-lo?
ResponderExcluirHá tempos,discordo do nassif.Nesse seu tabuleiro tem muito mais erros que acerto, é só ler todos.Não existe a possibilidade de Temer e sua turma radicalizarem nesse momento;sabem por que? eles não têm lastro e nem capital pra isso...não adianta torcer por um fracasso do governo dele para emplacar em 2018.Esses caras são profissionais da política, e vão levar as coisas em banho-maria até 2018,e tentar eleger um candidato, alinhado ao seu perfil...assim como fez o Itamar.E com grande chance de sucesso...já que até lá ,o PT provavelmente estará aniquilado e com sua principal liderança (Lula) enjaulada, assim como Dirceu e Genoíno,que ele e o PT abandonaram.A covardia tem um custo alto...desde 2004 que mando email para senadores petistas, reclamando da falta de combatividade dos mesmos,que baixavam a cabeça no plenário ,para os agripinos da vida...vai demorar 20 ou 120 anos para a esquerda voltar ao poder...tomará que esteja enganado, mas essa é a realidade que se impõe.
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