Quando tinha 16 anos fui convidado pelo pessoal do Jornal da Cidade, de Jundiaí, onde morava, para participar de uma entrevista com um secretário municipal, de obras, se a memória não falha.
O convite veio porque eu era presidente do grêmio estudantil do Instituto de Educação Experimental Jundiaí e o jornal queria que essas entrevistas fossem feitas não só por jornalistas, mas por outras pessoas da comunidade.
Essa entrevista foi muito importante para mim porque depois dela recebi um convite para cobrir as férias do saudoso Ademir Fernandes, que era o encarregado da seção de variedades do jornal - Ademir também já esbanjava, na época, seu raro talento na redação do Jornal da Tarde.
Substituí, como pude, o Ademir, e depois comecei a trabalhar efetivamente no jornalismo. Mas isso é outra história.
Lembro que no bate-papo do secretário questionei a diferença que havia entre o orçamento de sua secretaria e o dinheiro que a prefeitura destinava à cultura. Na impetuosa inocência de minha juventude disse ao secretário que uma cidade não era feita só de redes de água e esgoto, mas também de manifestações culturais e que essas não poderiam ser ignoradas pelo poder público.
Mais de 40 anos depois desse episódio de minha vida, incrível, continuo com a mesma opinião, ainda mais forte porque agora a indústria cultural já se consolidou como uma das mais importantes em todo o mundo, movimentando montanhas de dinheiro e empregando milhões de pessoas.
Desprezar esse fato não é só ignorância - é muita ignorância.
Está certo que a gente não poderia esperar muita coisa desse bando aparentemente liderado pelo ex-vice-presidente da República, o usurpador.
Mas essa decisão de acabar com o Ministério da Cultura vai além do limite de tolerância que se possa ter com a incompetência dessa gente.
O mesmo pode-se dizer da extinção do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos - neste caso, à ignorância some-se o descaso com a importância das ações civilizadoras de uma pasta como esta.
Conforta, porém, saber que os agentes artísticos e culturais de todo o país, bem como todo aquele que preza a inclusão social, vai lutar contra um governo que, além de ilegítimo, despreza as mais comezinhas noções de civilidade que sustentam uma sociedade democrática moderna.
Pelo jeito, é só dar corda que os usurpadores se encarregam de se enfocar. (Carlos Motta)
O convite veio porque eu era presidente do grêmio estudantil do Instituto de Educação Experimental Jundiaí e o jornal queria que essas entrevistas fossem feitas não só por jornalistas, mas por outras pessoas da comunidade.
Essa entrevista foi muito importante para mim porque depois dela recebi um convite para cobrir as férias do saudoso Ademir Fernandes, que era o encarregado da seção de variedades do jornal - Ademir também já esbanjava, na época, seu raro talento na redação do Jornal da Tarde.
Substituí, como pude, o Ademir, e depois comecei a trabalhar efetivamente no jornalismo. Mas isso é outra história.
Lembro que no bate-papo do secretário questionei a diferença que havia entre o orçamento de sua secretaria e o dinheiro que a prefeitura destinava à cultura. Na impetuosa inocência de minha juventude disse ao secretário que uma cidade não era feita só de redes de água e esgoto, mas também de manifestações culturais e que essas não poderiam ser ignoradas pelo poder público.
Mais de 40 anos depois desse episódio de minha vida, incrível, continuo com a mesma opinião, ainda mais forte porque agora a indústria cultural já se consolidou como uma das mais importantes em todo o mundo, movimentando montanhas de dinheiro e empregando milhões de pessoas.
Desprezar esse fato não é só ignorância - é muita ignorância.
Está certo que a gente não poderia esperar muita coisa desse bando aparentemente liderado pelo ex-vice-presidente da República, o usurpador.
Mas essa decisão de acabar com o Ministério da Cultura vai além do limite de tolerância que se possa ter com a incompetência dessa gente.
O mesmo pode-se dizer da extinção do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos - neste caso, à ignorância some-se o descaso com a importância das ações civilizadoras de uma pasta como esta.
Conforta, porém, saber que os agentes artísticos e culturais de todo o país, bem como todo aquele que preza a inclusão social, vai lutar contra um governo que, além de ilegítimo, despreza as mais comezinhas noções de civilidade que sustentam uma sociedade democrática moderna.
Pelo jeito, é só dar corda que os usurpadores se encarregam de se enfocar. (Carlos Motta)
Comentários
Postar um comentário